SXSW: como o futuro, uma experiência em construção
No evento que inspira avanço no pensamento coletivo, embarcar com flexibilidade para alterar o roteiro é honrar a própria ideia de inovação
No evento que inspira avanço no pensamento coletivo, embarcar com flexibilidade para alterar o roteiro é honrar a própria ideia de inovação
5 de março de 2024 - 16h45
Às vésperas de embarcar para o South by Southwest (SXSW), olho para este que é um dos principais festivais de inovação do mundo não como algo pronto, à espera de ser descoberto: o South by é uma experiência em construção. É assim também que entendo o futuro, como caminhos, e não um ponto de chegada fixo. Ao longo de minha trajetória profissional, estendi essa certeza ao campo da inovação – em permanente construção.
Embora tenha uma programação extensa já construída – são dez dias de painéis, palestras, imersões e debates em Austin, no Texas –, o evento se consagra quando os encontros de fato acontecem, seja por meio das conversas e conexões nos bastidores, seja na plateia ouvindo histórias diversas e as compartilhando com delegações de todo o mundo. Na última edição, só as conferências receberam mais de 75 mil pessoas. No evento todo, foram mais de 300 mil.
Não por acaso. Criado em 1987, o South by se consagrou como o maior e mais longevo festival de inovação e, claro, como um espaço de encontros plurais: estão lá designers, artistas, cientistas, pesquisadores, executivos, lideranças, entre outros profissionais que são precursores em suas áreas. É uma lufada de inspiração, um encontro com pessoas que estão abrindo fronteiras do conhecimento em temas como cultura, inteligência artificial, cinema, educação, publicidade, mudanças climáticas… A lista é longa – são, afinal, 24 trilhas temáticas.
A própria preparação para o evento é uma experiência de inovação. É claro que alguns temas mais conhecidos (aqueles que acompanho como ferramentas de trabalho) são incontornáveis para minha programação. Dei bastante atenção a três trilhas: Advertising and Brand Experience, Design e Creator Economy. A primeira alimenta uma convicção que me acompanha: a de que as marcas são cada vez mais estratégias para o futuro dos negócios. Já a segunda engrandece a ideia de que o design é a via pela qual as inovações estão chegando para as empresas. Por fim, a trilha Creator Economy confirma uma tendência: além de assumir protagonismo nas estratégias das marcas, a economia impulsionada pelos influenciadores concebe novas formas de engajamento entre as pessoas.
Compartilho aqui alguns dos meus destaques nessas trilhas. São painéis que reafirmam o importante papel das marcas na construção de um mundo melhor, de uma sociedade mais justa e inclusiva, principalmente por meio do design, da acessibilidade e da forma de se conectarem ao público.
Mas tudo pode mudar. Se o evento é uma oportunidade de aprofundar conhecimentos, é também um espaço de descobertas. Como não olhar para a trilha batizada de 2050, que inclui entre as palestras uma sobre a dimensão afetiva da inteligência artificial em nossas vidas? A simples descrição do painel (AI Partnerships do to our Hearts and Brains?) é um quase um convite irrecusável: “O que acontece com nossos corações quando não precisamos mais de outras pessoas para ter relacionamentos significativos?”.
Estar aberta a mudar o roteiro, transitar por rotas menos conhecidas e desbravar novos caminhos mentais é uma forma de honrar a ideia de inovação. Como um espaço de encontros com pensadores de vanguarda, o South by potencializa a expansão do pensamento e a própria experiência de construção do futuro.
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