Dia do livro: sete mulheres indicam suas obras preferidas

Lidia Capitani
20 de abril de 2023 - 14h21

A data de 23 de abril foi estabelecida como o Dia Internacional do Livro, escolhida pela Unesco para marcar um dia determinante para a literatura. Marca a morte de três grandes autores internacionais: o inglês William Shakespeare, o espanhol Miguel de Cervantes e o peruano Inca Garcilaso de La Vega. Para além da importância de expandir o vocabulário, adquirir conhecimento e melhorar a escrita, um livro transcende sua dimensão das páginas e é capaz de impactar vidas, culturas e sociedades inteiras. 

Nesta data, pedimos a sete mulheres que recomendassem leituras que foram determinantes para as suas carreiras e vidas. Há quem leia buscando escapar da realidade, e quem procura soluções ou inspiração para lidar com os desafios pessoais e profissionais. Seja você uma amante do romance, da não-ficção, da autoajuda ou de contos, nesta seleção de livros, feita por mulheres que nos inspiram, você poderá encontrar sua próxima leitura de impacto.
 

Adriana Ferreira, jornalista, colunista, curadora e palestrante 

Adriana Ferreira Silva, jornalista, palestrante e escritora (Crédito: Divulgação)

“Ela Disse”, por Jodi Kantor e Megan Twohey 

Este livro é uma grande reportagem feita por duas repórteres do The New York Times, as jornalistas Jodi Kantor e Megan Twohey, responsáveis pelas investigações de estupro e assédio cometidos pelo produtor Harvey Weinstein – que levaram a sua prisão e à popularização do movimento #MeToo. A obra é uma aula de “novo jornalismo”, detalhando o trabalho cuidadoso das repórteres ao lidar com um tema tão sensível para suas vítimas, a pressão do produtor contra as investigações e o jornal, suas tentativas de intimidação e o cuidado e seriedade com que a apuração foi tratada pelo jornal.

Ana Fontes, Fundadora da Rede Mulher Empreendedora 

Ana Fontes é fundadora da Rede Mulher Empreendedora (Crédito: Divulgação)

“O mundo de Sofia”, por Jostein Gaarder 

Um livro denso, que tive que ler aos poucos, indo e voltando na história. Mas foi um livro que me fez refletir muito sobre julgamentos, sobre superficialidade e sobre o quanto nossa infância tem um papel crucial na nossa vida. 

Leila Loria, membro de conselhos administrativos e Co-Chair do WomenCorporateDirectors 

Leila Loria, Membro de Conselhos Administrativos (Crédito: Divulgação)

“A Cauda Longa”, por Chris Anderson

Um dos livros que me fizeram repensar a forma de abordar o mercado foi “A Cauda Longa” de Chris Anderson. É um livro antigo, mas muito atual e que de fato cunhou o conceito da Cauda Longa, fundamental para entendermos melhor novas oportunidades de negócio. Ele contraria a tese de que devemos focar apenas no que representa 80% do mercado. O desenvolvimento da internet e a segmentação crescente só reforçam que essa abordagem é fundamental em qualquer situação de mercado. É o tipo de livro que impacta toda uma geração de profissionais e promove mudanças profundas.
 

Luana Genót, Fundadora e Diretora Executiva do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR)

Luana Genót, ID_BR (Crédito: Divulgação)

“Persépolis”, por Marjane Satrapi 

“Persépolis” é uma autobiografia em quadrinhos da iraniana Marjane Satrapi. Foi um livro que esteve comigo no momento em que eu estava me estabelecendo em São Paulo. Lembro que lia ele dentro da Livraria Cultura, e era um momento muito gostoso e gratificante.  

É um livro que traz uma perspectiva que não estamos acostumados no Brasil, que é uma iraniana contando a sua história. Me identifico muito com a narrativa do livro e em como a autora traz momentos da vida dela de uma forma que não fique tão pesado, mas que o público entenda a maneira que ela viveu. Essa obra tem bastante conexão com o que fazemos no ID_BR, que é contar as nossas próprias narrativas, e destacar o quão importante é sermos protagonistas da nossa própria história.
 

Maíra Liguori, Diretora de Impacto da Think Olga e Think Eva 

Maira Liguori, Think Eva e Think Olga (Crédito: Divulgação)

“Tudo sobre o amor: Novas Perspectivas”, por bell hooks 

Uma das mais importantes pensadoras da atualidade, bell hooks nos convida ao exercício da expansão da visão sobre o que é o amor. Um exercício de vê-lo não apenas como um sentimento, mas como um verbo, uma ação permanente capaz de revolucionar a cultura individualista que permeia nosso tempo. Assim, ela acrescenta uma carga política na discussão sobre o tema e nos convoca ao autoamor radical como forma de libertação. Ela ainda propõe a ética amorosa como a principal ferramenta capaz de transformar o mundo. A escrita é leve e sensível, e o conteúdo nos afeta e nos inspira de maneira irreversível. É um livro que nutre nossa humanidade e que deveria ser lido por todas as pessoas.
 

Patricia Lima, CEO e fundadora da Simple Organic  

Patrícia Lima, CEO da Simple Organic (Crédito: Divulgação)

“A Estratégia do Oceano Azul”, por W. Chan Kim e Renée Mauborgne 

Esse livro representa muito o que executamos na Simple Organic. Toda vez que vou falar sobre empreendedorismo para jovens empreendedores ou para outras pessoas, falo muito da importância de olhar, entender e buscar coisas que não foram feitas ainda. Não olhar para o lado e sim olhar para frente.  

O livro “A Estratégia do Oceano Azul” prega exatamente isso, sobre você olhar para o oceano, ou seja, para as oportunidades, e aprender a explorar mercados que ainda não são supercompetitivos. Não se trata de inventar a roda, mas de olhar para cada mercado do seu país ou da sua região e tentar entender onde existem boas oportunidades para o seu serviço ou produto. Esse livro dá esse norte para o empreendedor e me ajudou muito ao longo da minha jornada.
 

Renata Leão, Executive Creative Director da DAVID 

Renata Leão, Diretora Executiva de Criação da David (Crédito: Divulgação)

“A Teta Racional”, por Giovana Madalosso 

“A Teta Racional” é daqueles livros que a gente se senta despretensiosamente para ler um, dois contos, e quando vê, já devorou o livro todo. As histórias estão bem escritas e tão bem contadas pelas óticas de suas protagonistas femininas que, quando terminei de ler a última página, entrei em mini depressão. Desejava seguir por mais tempo morando e vivendo dentro das páginas deste livro.