O impacto do riso na publicidade
Leveza e humor fazem bem para o mundo e para os negócios
Leveza e humor fazem bem para o mundo e para os negócios
26 de fevereiro de 2024 - 6h33
Fevereiro é o mês do Carnaval, do riso solto, de esquecer um pouco os problemas do mundo sem pensar em quase nada. Mas é como diz a música: “quarta-feira sempre desce o pano”, e basta acompanhar o noticiário para entender que as coisas não vão tão bem assim.
Estamos cada vez mais perto do ponto de “não retorno” da Amazônia, o mundo tem mais guerras hoje do que em 1945, as catástrofes se repetem e somos impactados por uma enxurrada de notícias que nos deixam mais ansiosos do que informados. O Carnaval é o nosso respiro no meio do caos, mas a pergunta é: como a publicidade pode aproveitar essa leveza no resto do ano?
Todo publicitário sabe da importância do sentimento na publicidade. Afinal, nem sempre é sobre a mensagem em si, mas sempre é sobre o que você sentiu diante dela. E o poder da comunicação de transformar e criar hábitos é evidente, vide a data do Dia dos Namorados no Brasil, criada por uma campanha publicitária.
Quando a intenção é sensibilizar pra vender uma ideia ou um produto, o humor pode ser uma ferramenta poderosa. O Global Hapiness Report da Oracle mostra que 90% dos consumidores entrevistados estão mais inclinados a lembrar de anúncios engraçados, e que 80% tendem a recomendar marcas que usem humor na sua comunicação.
Mas na contramão dessa estatística, o uso do humor na propaganda vem caindo progressivamente desde os anos 2000, como mostram os dados da pesquisa Kantar Link database, e isso se justifica em parte por outro dado: 95% dos líderes executivos têm receio de usar humor na comunicação das suas marcas e, na era do cancelamento, dá pra entender o medo de errar o tom.
Na tentativa de virar esse jogo, o principal festival de criatividade do mundo, o Cannes Lions, adotou a partir deste ano a sub–categoria de “uso do humor” em quase todas as suas categorias tradicionais. O tema também foi reforçado pelo CEO do festival em sua última passagem pelo Brasil, um sinal claro da valorização do humor na propaganda.
Fevereiro é a época do ano em que as criações das agências brasileiras se reúnem para pensar em piadas, humor e anúncios leves. Por que não aproveitar essa mesma energia em causas que são realmente relevantes para a sociedade e que fortalecem os resultados dos nossos clientes?
Difícil? Com certeza, o uso do humor em geral envolve correr algum risco, é preciso ter uma boa dose de coragem. Mas temos alguns exemplos muito bem–sucedidos para nos inspirar. Quem não se lembra de “Essa Coca é Fanta?”, “Salla 2032”, “Dumbie ways to die” ou “Manboobs4boos“, campanhas bem–humoradas que chamaram atenção para questões urgentes da sociedade e ainda foram premiadas internacionalmente? Às vezes rir, ou melhor, fazer rir, ainda é o melhor remédio.
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