O mercado de games representa oportunidade de ascensão social
A maior indústria de entretenimento do mundo oferece oportunidades para dezenas de atividades diferentes, com foco na diversidade de perfil profissional
O mercado de games representa oportunidade de ascensão social
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30 de abril de 2024 - 6h35
Temos vagas. A indústria brasileira de games poderia muito bem carregar este anúncio em cada uma de suas ações. Este é um setor dinâmico, e muito bem consolidado: desde 2018, em termos globais, fatura não menos do que US$ 200 bilhões anuais, acima do que qualquer outra área de entretenimento, superando inclusive a música e o cinema. Não são poucos os jogos que superam a rentabilidade das maiores e mais populares produções de Hollywood.
E o Brasil já é o maior mercado de games da América Latina – superou o México em 2021. A receita do setor, no país, deve duplicar até 2026, alcançando US$ 2,8 bilhões, contra US$ 1,4 bilhão três anos atrás, segundo a consultoria PwC. Com a ascensão das plataformas mobile, o número de estúdios disparou. Eram 150 no começo da década passada, 400 em 2018. Em 2022, foi ultrapassada a barreira de mil empreendimentos dedicados ao setor.
Atualmente, segundo a 2° Pesquisa Nacional da Indústria de Games da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais (Abragames), os 1.042 estúdios nacionais empregam 13.225 pessoas.
E a participação feminina tem disparado. Em 2010, elas não alcançavam nem os 3% de formados no ensino superior em faculdades ligadas à área. Em 2020, já eram 12%. Hoje, já respondem por 24% do total de formadas e por 28,2% das funcionárias.
As empresas também têm buscado avançar em outros aspectos da diversidade: a pesquisa apontou que 57% delas incluem entre os colaboradores pessoas pretas, pardas, indígenas, portadores de deficiências ou da comunidade transexual.
Há vagas, portanto, e para dezenas de atividades diferentes, incluindo desenvolvedores, game designers, designers de narrativa, profissionais que testam os produtos, ou mesmo pessoas de profissões mais tradicionais, como administração, contabilidade, vendas e marketing. Por isso mesmo, esta indústria representa uma enorme oportunidade de ascensão social.
Como toda atividade econômica de grande porte, a indústria de games tem uma enorme relevância social. Gera empregos e renda, com grande potencial para exportação para novos mercados. A concentração de vagas por região vem diminuindo: como era de se imaginar, a pesquisa da Abragames aponta que a região Sudeste concentra boa parte das empresas, 58%, mas o Nordeste segue em crescimento, com 15% do total – perto dos 20% ocupados pelo Sul.
Várias das atividades para as quais essas empresas geram empregos valorizam a experiência em games e a criatividade, valores alinhados com as novas gerações de profissional. Mais ainda, são cargos democráticos, já que um jovem que teve menor acesso à educação formal pode, ainda assim, contribuir com ideias inovadoras, que agreguem para o público crescente de pessoas que jogam – são três em cada quatro brasileiros, de diferentes condições socioeconômicas. E, ao longo da carreira, complementar sua formação.
Este também é um setor que valoriza o trabalho híbrido, outra oportunidade importante para jovens em situação periférica, muitas vezes presos a rotinas intensas e marcadas por longos deslocamentos até o trabalho.
Com uma boa conexão de internet, cada dia mais acessível inclusive nas periferias das maiores metrópoles, é possível construir uma formação acadêmica, buscar empregos qualificados, ou mesmo empreender ou investir em uma carreira nos eSports, que têm uma dinâmica muito própria, que valoriza o talento mesmo em condições de menor acesso a infraestrutura de apoio.
Nos últimos anos, a indústria de games começou a dar provas de que é possível aos jovens concretizar seus sonhos e suas aspirações pessoais em relação ao mundo dos games. Pense no caso de um jovem que encontrou nos games uma oportunidade de exercitar sua paixão e sua criatividade, recebendo bons rendimentos, com todos os incentivos para continuar estudando e atuando, seja dentro de uma corporação de grande porte, seja como empresário, streamer ou influenciador digital. Desta forma, este setor prioriza a igualdade de oportunidades, a prevenção da violência e o fomento a valores positivos.
Este é o futuro: a indústria de games tende a ganhar espaço cada vez maior no Brasil. E proporcionar muitas histórias de ascensão social. Já acontece, e deve se tornar cada vez mais comum ver garotos e garotas de um time de eSports sustentar suas famílias inteiras, com rendas muito acima da que esperariam receber nas atividades profissionais tradicionais para as quais jovens de periferia costumam ser contratados.
Pessoalmente, sinto-me privilegiada por atuar em um setor de tão grande potencial. Trabalho na área comercial e percebo que meu desempenho vai além de simples vendas: estabeleço conexões entre empresas e oportunidades. Meu trabalho não apenas impulsiona as vendas das marcas, mas também permite que recursos financeiros alcancem aqueles que buscam transformar suas vidas por meio dessa atividade. Esta é uma missão que me inspira a sempre dar o meu melhor em um mercado que valoriza a criatividade, a dedicação e o espírito empreendedor.
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