Será um feliz ano novo no futebol feminino?

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Opinião

Será um feliz ano novo no futebol feminino?

Em 2023, falamos muito das competições femininas, inclusive do mundial. Mas como será que estão as seleções neste começo de ano?


2 de fevereiro de 2024 - 6h41

(Crédito: Luiza Negri/Shutterstock)

Em tempos de feliz ano novo, desejo de esperança por mudanças, definição de metas e todas as expectativas, como será que 2024 está realmente começando para o futebol feminino?

Em 2023, falamos muito das competições femininas, inclusive do mundial, do valor das premiações, incentivo das jogadoras e dos times. Mas como será que estão as seleções neste começo de ano? Será que já receberam suas premiações? Será que o recebimento foi integral? O que está previsto para as próximas competições?

Bem, o que já sabemos é que, até o final do ano passado, algumas atletas ainda não haviam recebido nenhum valor de sua premiação por conta de taxas administrativas da Austrália. O interessante é que as seleções que ficaram baseadas na Nova Zelândia não foram taxadas em suas premiações individuais, mas as que ficaram na Austrália foram taxadas em 32,5% das mesmas.

Sim, as atletas sempre souberam disso, principalmente que todas as jogadoras participantes receberiam uma porcentagem do prêmio alocado e que os ganhos aumentariam para as atletas de times que fossem avançando na competição (cada atleta recebia US$ 30 mil nas fases de grupos e poderia chegar até US$ 270 mil para as atletas dos times vencedores).

Entendemos que quando mais de um país sedia um evento dessa magnitude é preciso lidar com leis, taxações diferentes e regras diversas, mas o que fica de questionamento é: por que fazer isso se as atletas estão fazendo o mesmo trabalho? A federação não deveria intervir para que existisse igualdade para todos os times participantes, sejam de dentro ou fora do país-sede?

A tendência é que isso piore conforme outros países venham a formar duplas ou trios para sediar outros eventos desses, como o mundial de 2026, que será realizado entre Estados Unidos, Canadá e México. Já em 2027, há países como Brasil (ainda não sabemos se teremos outras nações da América do Sul que duplariam com o Brasil) que já se candidataram para sediar o evento e seria a primeira vez em 32 anos que uma copa feminina seria sediada na América do Sul. Como será que ficaremos com essa questão das taxas?

Além disso, lamentavelmente, a Fifpro divulgou em um levantamento recente que ⅓ das jogadoras do mundial recebem menos de US$ 30 mil por ano. No entanto, há uma perspectiva positiva para 2024 no futebol feminino. A consultoria Delloite divulgou a projeção de que a categoria deve ultrapassar a marca de US$ 1 bilhão em receitas pela primeira vez na história. O crescimento exponencial do esporte feminino vem recebendo atenção dos investidores e o desejo é que ganhe mais espaços nobres de transmissão, conquiste mais fãs e investimento nas jogadoras.

A expectativa é que o ano novo seja realmente feliz, com novas conversas em torno das premiações, de salários, investimento no futebol feminino e de outros temas importantes para as mulheres no esporte. Espera-se que as próximas competições tenham homogeneidade para as premiações das seleções de dentro e fora do país-sede, com taxações e regras igualitárias. E com remunerações maiores, para que as atletas sigam incentivadas a entregar a melhor performance e entretenimento para todas as nações.

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