Fabio Fernandes e a busca obsessiva que culminou no Grand Prix de Film
Um dos momentos históricos do Cannes Lions para a publicidade brasileira aconteceu em 2015, única vez em que o País ganhou o prêmio máximo da área que deu origem ao festival
Fabio Fernandes e a busca obsessiva que culminou no Grand Prix de Film
BuscarUm dos momentos históricos do Cannes Lions para a publicidade brasileira aconteceu em 2015, única vez em que o País ganhou o prêmio máximo da área que deu origem ao festival
Alexandre Zaghi Lemos
20 de junho de 2025 - 6h22
Eduardo Lima e Fabio Fernandes receberam o Grand Prix de TV/Cinema em 2015 pelo filme “100”, da sua F/Nazca S&S e da Stink para Leica Gallery (Crédito: Arquivo M&M)
Há dez anos, em 2015, a publicidade brasileira viveu um dos seus momentos mais importantes na história do Cannes Lions. Na cerimônia de encerramento da edição daquele ano, o País ganhou, pela única vez até hoje, o Grand Prix de TV/Cinema, a área mais tradicional, que deu origem ao evento e hoje se chama simplesmente Film.
Agora, quando o País tem uma performance histórica no Cannes Lions 2025 e irá receber, também na cerimônia de encerramento, nesta sexta-feira, 20, a homenagem como Creative Country of the Year, Fabio Fernandes relembra aquele momento de premiação para o filme “100”, da sua F/Nazca S&S e da Stink para Leica Gallery São Paulo.
Esse foi um dos acontecimentos que engrandeceram a performance do Brasil no Cannes Lions, que, agora, reconhece, na estreia dessa homenagem, que justifica pelo “comprometimento do País com a criatividade e desempenho contínuo e excepcional no Cannes Lions”.
“100” é um filme de dois minutos que homenageia não só o centenário da marca Leica, mas a história da fotografia, ao recriar cenários em que foram tiradas fotos históricas. A criação é de Bruno Oppido, Romero Cavalcanti, Thiago Carvalho e João Linneu, com direção de criação de Fabio Fernandes e Eduardo Lima, produção da Stink, com direção de cena da dupla Jones+Tino, direção de arte de Daniela Calcagno, fotografia de Bjorn Charpentier, pós-produção da Casablanca Effects e trilha da Satélite Áudio. Naquela mesma edição, além do Grand Prix de TV/Cinema, a peça conquistou mais 5 Leões: 2 Ouros e 3 Pratas, em Film Craft.
Falando ao Meio & Mensagem, Fernandes lembra como era seu estilo de comando na F/Nazca S&S, que, ainda hoje, mesmo cinco anos após o seu fechamento pelo Publicis Groupe, continua ocupando a sétima posição no ranking de agências brasileiras mais premiadas da história de Cannes, levando-se em conta o atualizado até 2024.
“Na minha mesa ficava um apito, que ainda tenho comigo, cujo timbre é muito curioso e que eu usava muito seletivamente – apenas quando uma ideia totalmente fora do normal surgia. Pensada por mim ou, principalmente, se trazida por alguém. Não podia ser boa. Nem ótima, apenas. Quem trabalhou na F/Nazca sabe o quão raro era ouvir aquele som, o que ele significava e como ele, para mim, mostrava a certeza de que tínhamos chegado em algo grande. Com cara de Leão de Cannes; de Ouro, de preferência. Quando o filme de Leica ficou pronto o apito trilou: longa e insistentemente. Mesmo que eu sempre o usasse com parcimônia, daquela vez estava claro que tínhamos em mãos uma coisa que além do espetacular. Por isso ele tocou mais do que nunca antes. Por longos e felizes segundos”, diz.
O momento de receber o Grand Prix de Film, no palco de Cannes, ele descreve como sendo um dos mais felizes de sua carreira. “Impossível não me emocionar sempre que lembro da gente no palco de Cannes, para receber o prêmio máximo da minha vida. Das nossas vidas. Ouso dizer, da vida da publicidade brasileira. Nunca antes o Brasil havia recebido o Grand Prix de TV/Cinema em Cannes. Por complexas e diferentes circunstâncias, provavelmente nunca mais receberá. Por mais que seja duro reconhecer, a verdade é que, ultimamente, não se têm escutado muitos apitos por aí.”
Fernandes define assim o árduo caminho que, naquele ano, levou o Brasil ao lugar mais algo no pódio de Film: “Fomos recompensados por tantos e tantos e tantos anos de busca obsessiva pelo singular, pelo único, pelo impensável”.
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