Ted Sarandos: “Anúncios que vemos na TV não são criativos”
Co-CEO da Netflix comentou sobre inclusão de anúncios na plataforma, novos negócios e opinou sobre saturação do mercado
Ted Sarandos: “Anúncios que vemos na TV não são criativos”
BuscarCo-CEO da Netflix comentou sobre inclusão de anúncios na plataforma, novos negócios e opinou sobre saturação do mercado
Thaís Monteiro
24 de junho de 2022 - 7h01
Ted Sarandos, co-CEO da Netflix veio ao Cannes Lions em um momento muito estratégico para a plataforma de streaming. Este ano, a Netflix anunciou que terá um plano de assinatura mais acessível que inclui anúncios. Embora não pudesse compartilhar ainda muitos detalhes sobre a decisão que basicamente concorre com o modelo de negócio estipulado pela companhia em seu início, que era de ser melhor do que a televisão e sem publicidade, Ted esteve no palco do Lumieré Theatre falando à profissionais de agências e anunciantes sobre isso.
Segundo ele, a decisão por não incluir publicidade na plataforma em seus primórdios era condizente com estratégia da empresa para ganhar escala o mais rápido possível. “E agora vemos que as pessoas acham a Netflix cara e grande parte do público não se incomoda de assistir anúncios”, explicou.
Ainda assim, a intenção continua sendo ser melhor do que a televisão. “Os filmes que vemos na TV não são criativos. Podemos fazer um trabalho melhor do que isso. Ser criativo é o que temos feito nos últimos anos”, opinou. E lembrou dos anúncios que eram veiculados em DVDs dos filmes Top Gun, Kick Ass e Jurassic Park e provocavam a sensação de fazer parte da experiência do filme por conta de sua produção e qualidade. Ele ainda disse que está em negociação com “todos os anunciantes”.
Sarandos ainda comentou sobre a estratégia de conteúdo. Ele diz que a empresa não tem intenção de se aventurar no segmento de notícias, pois é muito polarizado, e de transmissão esportiva. Os games, a nova vertical que a Netflix está explorando a partir da aquisição de publishers do segmento, também estarão inclusos em ambos os planos de assinatura.
Os últimos anos de intensa aceleração do segmento a partir do lançamento de streamings próprios de empresas produtoras de conteúdo foi algo previsto pela Netflix. Conforme o co-CEO, a estratégia de produzir conteúdo original em 2013 partiu dessa visão de que em alguns anos os parceiros que proviam o conteúdo para a Netflix iriam adotar uma estratégia direct-to-consumer. “Eles [os estúdios] viram a gente como um spoiler do que iria acontecer de qualquer forma em alguns anos. Fico feliz de fazer parte dessa spoiler trip”, brincou.
Além disso, a produção própria visa criar uma relação aprofundada com o assinante. “As pessoas têm relações diretas com o conteúdo e elas dão valor de um jeito que não é quantificado. É muito conteúdo, mas não é tudo para você. Estamos tentando criar o show favorito de todos. A ideia é complementar”, explicou. “A coisa boa de ter muitos competidores é elevar sempre a barra. E aí não nos acomodamos. Os próximos anos vão ser sobre criar o novo”, complementou.
Apesar dessa saturação, ele acredita que ainda há mercado a ser conquistado, tendo em vista que apenas 30% do público alvo consome streaming e ainda há uma grande parcela da população que é fiel à televisão linear.
Compartilhe
Veja também
Brasil sobe para a segunda posição no Lions Creativity Report
País ocupa segundo lugar depois de seis anos consecutivos na terceira colocação do relatório anual do Lions
Veja ranking atualizado das brasileiras mais premiadas na história de Cannes
Gut sobre da 19ª para a 14ª colocação; e, nos três primeiros lugares, a Almap acumula 276 troféus; a Ogilvy mantém 158 Leões; e a DM9, brasileira mais premiada em 2024, salta de 137 para 153 troféus