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Ted Sarandos: “Anúncios que vemos na TV não são criativos”

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Cannes Lions

17 a 21 de junho de 2024 | Cannes - França
Cannes

Ted Sarandos: “Anúncios que vemos na TV não são criativos”

Co-CEO da Netflix comentou sobre inclusão de anúncios na plataforma, novos negócios e opinou sobre saturação do mercado


24 de junho de 2022 - 7h01

Ted Sarandos, co-CEO da Netflix veio ao Cannes Lions em um momento muito estratégico para a plataforma de streaming. Este ano, a Netflix anunciou que terá um plano de assinatura mais acessível que inclui anúncios. Embora não pudesse compartilhar ainda muitos detalhes sobre a decisão que basicamente concorre com o modelo de negócio estipulado pela companhia em seu início, que era de ser melhor do que a televisão e sem publicidade, Ted esteve no palco do Lumieré Theatre falando à profissionais de agências e anunciantes sobre isso.

(Crédito: Eamonn M. McCormack/Getty Images)

Segundo ele, a decisão por não incluir publicidade na plataforma em seus primórdios era condizente com estratégia da empresa para ganhar escala o mais rápido possível. “E agora vemos que as pessoas acham a Netflix cara e grande parte do público não se incomoda de assistir anúncios”, explicou.

Ainda assim, a intenção continua sendo ser melhor do que a televisão. “Os filmes que vemos na TV não são criativos. Podemos fazer um trabalho melhor do que isso. Ser criativo é o que temos feito nos últimos anos”, opinou. E lembrou dos anúncios que eram veiculados em DVDs dos filmes Top Gun, Kick Ass e Jurassic Park e provocavam a sensação de fazer parte da experiência do filme por conta de sua produção e qualidade. Ele ainda disse que está em negociação com “todos os anunciantes”. 

Sarandos ainda comentou sobre a estratégia de conteúdo. Ele diz que a empresa não tem intenção de se aventurar no segmento de notícias, pois é muito polarizado, e de transmissão esportiva. Os games, a nova vertical que a Netflix está explorando a partir da aquisição de publishers do segmento, também estarão inclusos em ambos os planos de assinatura.

Os últimos anos de intensa aceleração do segmento a partir do lançamento de streamings próprios de empresas produtoras de conteúdo foi algo previsto pela Netflix. Conforme o co-CEO, a estratégia de produzir conteúdo original em 2013 partiu dessa visão de que em alguns anos os parceiros que proviam o conteúdo para a Netflix iriam adotar uma estratégia direct-to-consumer. “Eles [os estúdios] viram a gente como um spoiler do que iria acontecer de qualquer forma em alguns anos. Fico feliz de fazer parte dessa spoiler trip”, brincou.

Além disso, a produção própria visa criar uma relação aprofundada com o assinante. “As pessoas têm relações diretas com o conteúdo e elas dão valor de um jeito que não é quantificado. É muito conteúdo, mas não é tudo para você. Estamos tentando criar o show favorito de todos. A ideia é complementar”, explicou. “A coisa boa de ter muitos competidores é elevar sempre a barra. E aí não nos acomodamos. Os próximos anos vão ser sobre criar o novo”, complementou.

Apesar dessa saturação, ele acredita que ainda há mercado a ser conquistado, tendo em vista que apenas 30% do público alvo consome streaming e ainda há uma grande parcela da população que é fiel à televisão linear. 

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