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PagSeguro: da disrupção ao IPO histórico

Empresa do UOL, que abre capital na bolsa de Nova York nesta semana, atua em um mercado cada vez mais pressionado pelas fintechs

i 23 de janeiro de 2018 - 6h29

O PagSeguro, sistema de pagamentos que pertence ao UOL (empresa do Grupo Folha), tem a expectativa de lançar sua oferta inicial de ações na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), nesta terça-feira, 23. O objetivo é captar até R$ 6 bilhões. Um dos patrocinadores do BBB18, da Rede Globo, o PagSeguro será a quarta empresa brasileira a oferecer ações na Nyse.

De acordo com José Securato Junior, conselheiro da Saint Paul Escola de Negócios e vice-presidente do IBEVAR, a PagSeguro cresceu em um ambiente de forte concorrência e de mudanças profundas. “Podemos dizer um cenário até hostil, dominado por grandes empresas. A PagSeguro nivelou a competição, lançou novos produtos e prestou um serviço importante para o varejo brasileiro”, diz Securato.

Ele ressalta que o IPO da PagSeguro a coloca em outro nível de governança corporativa e capitalização, tornando-a mais competitiva, de fato. “É razoável se esperar que a PagSeguro deve impor muito mais pressão em seus competidores, em especial a Cielo. Uma das promessas do IPO é usar os recursos para compras seletivas, mas há outras possibilidades como o pagamentos de executivos com ações, e parcerias mais audaciosas derivadas de um padrão mais alto de governança”, afirma.

Recentemente, com as notícias relacionadas ao IPO, algumas pessoas chegaram a denominar a empresa como uma startup e a próxima unicórnio brasileira após a 99 (empresas que são avaliadas em mais de US$ 1 bilhão). Segundo Securato, porém, a PagSeguro não entra na categoria startup. “Startups são novas empresas, de tecnologia ou não, que apresentam um novo produto ou modelo de negócio ainda não comprovado. A característica experimental do negócio é fundamental para definir uma startup, e a incerteza do sucesso e a sua dimensão são os fatores motivacionais dos empreendedores e investidores”, afirma.