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Opinião

Adapte-se ao novo mundo

É extremamente fundamental que as agências sejam ativas e ajudem as marcas a tomar ações rápidas quando necessário


4 de fevereiro de 2020 - 11h22

Crédito: liuzishan/iStock

No seu smartphone, você baixa um aplicativo fácil e intuitivo, cria uma arte simples e divulga um produto nas redes sociais. Quer gravar um vídeo? Usa a câmera do celular, insere um filtro e, com uma boa dose de criatividade ou espontaneidade, dá até para viralizar com um simples Stories no Instagram. Alguns tutoriais depois e você consegue selecionar público, praça, budget, horários, formatos e ainda fazer uma estratégia de remarketing.

Por mais que pareça amador, muitos empreendedores e startups têm conseguido uma visibilidade razoável por si mesmos. A tecnologia, cada vez mais, elimina intermediários — pelo menos aqueles que não se fazem necessários.

Nesse contexto, o mercado publicitário tem tido a necessidade de se reinventar. O principal debate agora é entender qual é o valor da agência. O que ela entrega de solução que o cliente não encontra melhor em outro lugar?

E, na realidade, isso não é propriamente uma novidade. Vimos grandes movimentos do mercado nesse sentido. Antigamente, todo o pensamento estratégico de como criar a essência da marca e definir seus valores estava a cargo da agência, por exemplo. Hoje, alguns clientes já internalizaram esse conhecimento e possuem uma estrutura na própria organização para tratar desse assunto.

Com criação, é a mesma coisa. Há muitas empresas com células de conteúdo internas — ainda que direcionem as grandes campanhas para as agências.

Agora, chegou a vez da mídia: como desenvolver uma estratégia inovadora, eficiente e financeiramente vantajosa que os clientes não conseguiriam fazer com um time interno?

Por enquanto, acredito que a saída esteja em aliar alguns pilares fundamentais em nossa atuação: visão de negócios, tecnologia, dados, criatividade e resultados. Quem consegue entregar isso com eficiência está na frente e, sem dúvida, não vai perder valor tão cedo.

Hoje, mais do que nunca, “o meu lado do balcão” já não existe, é preciso trabalhar junto ao cliente, analisando seus resultados, entendendo profundamente o seu negócio e o que o impulsiona. É extremamente fundamental que as agências sejam ativas, interfiram e ajudem as marcas a enxergar o que está no seu entorno para tomar ações rápidas quando necessário.

Um exemplo simples é o data visualization. Construir dashboards claros, que mostrem os dados mais relevantes para o negócio, é fundamental. Social listening traz insights que vão muito além da parte criativa, podendo interferir em formatos, horários, segmentações de público, ou seja, o território da mídia. Enfim, a agência precisa trazer dados e inteligência não só de mídia, mas sobre a própria atuação do cliente e de áreas de conhecimento associadas. Quanto mais criativo e eficaz for o uso desses dados, melhor para o desenvolvimento e o resultado das marcas.

Como fazer isso? O mercado publicitário deixou de ser um universo destinado apenas a bacharéis em ciências humanas e investir em bons profissionais de outras áreas, como matemáticos, estatísticos e engenheiros de dados, é um caminho sem volta. Buscar uma integração visceral com todas as demais áreas da agência é outra, em especial com a inovação e criatividade para ampliar o alcance e a visibilidade das marcas. Dessa maneira, temos a construção de uma vantagem clara do formato de agência “full service”.

Não é de hoje que sabemos que nosso modelo de negócio (e o mercado, obviamente) está em constante transformação. Pensando assim, só há um caminho: para não serem eliminadas, as agências precisam estar antenadas e capacitadas, tanto para analisar dados e modelos estatísticos avançados quanto para produzir o inesquecível e ter um papel significativo no cotidiano das pessoas. Pelo menos por enquanto…

*Crédito da foto no topo: Reprodução 

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