No caminho de volta para o escritório

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Opinião

No caminho de volta para o escritório

O desafio é encontrar um denominador comum entre benefícios do home office e do presencial


5 de novembro de 2021 - 16h58

Não há como fugir: o retorno ao trabalho presencial é o tema da vez. No nosso mercado e em todos os outros que tiveram suas rotinas de trabalho modificadas pela pandemia, a pergunta é: vamos retornar? E seguida das próximas: quando? E como?
No Brasil, segundo uma pesquisa da KPMG, quem ainda não voltou pretende fazê-lo logo. Das empresas entrevistadas, 40% afirmam que a volta está nos planos já para o começo de 2022.

Com um 2021 que voou e já se despede, não sem razão as pessoas estão preocupadas com o possível retorno, e exigem posicionamento de suas lideranças. Após quase dois anos trabalhando de suas casas, as incertezas são menores, mas ainda existem. É nessa hora que o planejamento de quem comanda empresas precisa entrar em ação de modo cuidadoso, olhando para as variáveis que envolvem o que temos de mais importante entre os nossos recursos: as vidas das pessoas. Sim, no plural, pois elas são múltiplas e diversas, uma massa heterogênea que enfrentou essa tempestade em embarcações distintas.

Para cada situação, levando em consideração não apenas a realidade das pessoas, mas o negócio e como ele se organiza, existe um modelo de trabalho perto do ideal. O desafio está em encontrar o denominador comum entre todos esses formatos que descobrimos serem possíveis e eficazes. Ir ao escritório algumas vezes na semana? Quais níveis de flexibilidade sua organização demanda e permite? É importante colocar na balança o desempenho durante o trabalho remoto e levar em consideração a adaptabilidade de cada um.

A volta dos escritórios precisa ser muito bem planejada, principalmente em países sem funcionários vacinados (Créditos: Cadeau Maestro/ Pexels)

As polaridades do retorno

E o home office também divide opiniões. Há quem não abra mão da convivência física e, segundo um estudo da McKinsey, tem também quem amou tanto essa história de trabalhar de casa que ameaça procurar outro emprego caso o trabalho volte a ser presencial.

De um lado, as facilidades do trabalho remoto: flexibilidade de horário, tempo economizado no trânsito que pode (e deve) ser convertido em hábitos saudáveis e autonomia. Do outro, a interação humana, aquele assunto no café que pode virar uma boa ideia, uma solução discutida presencialmente. O convívio tão importante bate à porta com a mala cheia de saudade.

O retorno ao escritório oferece benefícios que vão além dos números. Dizem sobre a necessidade de convivência e construção de comunidade, faces tão fundamentalmente humanas e necessárias para o trabalho. De novo, o desafio do denominador comum.

Fato é que a volta deverá ser gradual. Não só para adaptar ambientes às novas demandas, mas para retomar com possibilidades de ajustes. Talvez o segredo seja adotar as tão faladas metodologias ágeis também neste momento. Exercícios que permitam recalcular rotas, sejam colaborativos e tenham etapas bem estabelecidas podem funcionar. Como anda por aí a gestão de tempo? O que podemos fazer para melhorar a fluidez, a comunicação e otimização das entregas? São perguntas a serem feitas antes de “quantos dias?” ou “quando retomar?”

Conhecer a tripulação para navegar novos mares

O principal, sem dúvidas: conhecer o seu público interno. Quem são as pessoas com quem dividimos as telas? Como elas interpretam e se adaptam às mudanças? A empresa tem feito um trabalho de diálogo e oferecido condições para que elas tenham sentimento de pertencimento? Falar sobre modelo de trabalho é falar sobre relações entre pessoas, seja por meio de aplicativos ou com apenas um mesão que nos separa.

Por aqui, “me sentar” com os colegas e ser uma líder ainda mais acessível tem me dado o pé para atravessar o caminho de volta sabendo quem são as pessoas. Se você ainda não adotou nenhuma dinâmica de proximidade nos tempos de distanciamento, recomendo fortemente que o faça. Uma conversa aberta pode ser o que falta para te guiar na jornada de volta à vida como conhecíamos.

Nada será como antes, mas sem dúvidas existem ferramentas e possibilidades para, com uma boa dose de criatividade, estratégia e humanidade redobrada, voltarmos aos escritórios melhores do que os deixamos meses atrás.

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