Chegou o mês das tendências

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Opinião

Chegou o mês das tendências

Do modelo de trabalho à performance, marcas se veem diante de novas oportunidades dentro de temas já amplamente debatidos


21 de dezembro de 2021 - 13h01

Há quem diga que essa é a melhor época do ano porque adora as decorações e as comidas natalinas, os que adoram ver os fogos e pular ondas para o novo e os que gostam de falar de tendências, no caso, eu. Minhas singelas opiniões aqui são de otimismo, não só porque estamos precisando mesmo, mas também porque tem muita coisa pra acontecer, em breve.

(Crédito Aleutie/shutterstock)

Embora eu entenda que o debate sobre modelo remoto, presencial ou híbrido tenha sido antecipado de forma prematura, será recorrente e necessário. Definitivamente é possível trabalhar remotamente com ótimos resultados na produtividade, mas além disso, o mais importante é que essa nova realidade escancarou a urgência de considerar as vidas das pessoas para além do trabalho – se isso já deveria estar escancarado antes? Claro que sim! -, muitas pessoas moram muito longe do local físico (sem contar outras cidades, estados e países), outras possuem necessidades especiais de trabalho por conta de dependentes e todas necessitam de infraestrutura para trabalhar. Isso tudo abre espaço para que líderes reflitam e decidam por modelos que atendam a todas essas realidades e não só se preocupem com as particularidades de infraestrutura das sedes físicas. Consultorias para o ‘presente do trabalho’ podem se dar muito bem orientando as empresas a tomarem decisões lúcidas neste momento de incertezas.

Responsabilidade social que potencializa ao invés de se apropriar. Ano que vem teremos eleições. Diferente de 2018, quando ainda era possível alegar desconhecimento dos perigos do Bolsonarismo, estamos diante do compromisso de tirar do poder o presidente que mais atuou contra as instituições, saúde, educação, meio ambiente, direitos humanos e segurança pública. Esse compromisso une e vai além das diferentes identificações políticas. Isso demanda das marcas um posicionamento maduro no tocante a não retaliar silenciosamente criadores de conteúdo que tenham um compromisso com pautas progressistas, e se manterem firmes contra criadores de conteúdo que sustentam discursos de ódio com o argumento de liberdade individual. Incentivar financeiramente movimentos sociais e iniciativas de conteúdo em desenvolvimento são iniciativas muito mais poderosas e sustentáveis do que apenas financiar os mesmos influenciadores já estabelecidos com grandes audiências.

Diversidade é sobre incentivar e potencializar novas perspectivas. O poder da diversidade está na capacidade de se imaginar e construir uma realidade que promova a justiça de forma mais ampla. E isso só acontece com a presença e a potência de pessoas cujas vivências representam questões comuns a grupos minorizados em termos de poder econômico, político, social e cultural. Só a partir da vivência das mães é que podemos compreender a complexidade da parentalidade e perceber como a nossa estrutura marginaliza e exclui esse grupo – e assim mudar a estrutura. O mesmo para pessoas de cores, etnias, credos, gêneros, corpos e sexualidades distintas da norma. A eleição da Chapa Preta no CCSP abre uma perspectiva de grandes mudanças no mercado, e isso é benéfico para todos: agências ganham com novos talentos com visões inovadoras, clientes ganham com novas abordagens para suas marcas, o público ganha se sentindo mais representado e respeitado. Mas isso só acontecerá se as iniciativas se concentrarem radicalmente em ações de grande impacto coletivo e não em reconhecimentos individuais.

Qualidade das relações para além da quantidade de impactos. Apesar do digital ter trazido uma série de possibilidades de promover interações e aferições, a realidade é que essas funcionalidades ainda são percebidas e geridas com as cabeças formadas pela lógica de push desenvolvida pelas agências e meios de comunicação clássicos, onde o consumidor era (e é) percebido como uma receptáculo de impacto. Com isso, ainda medimos e avaliamos a performance com base em números de audiência, colocando o foco no imediatismo e ignorando a necessidade de vantagem competitiva de se incentivar uma maior qualidade nas relações. Algumas poucas marcas fazem isso muito bem e estão se distanciando aos poucos dos seus concorrentes.

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