Da teoria à prática: como os profissionais de marketing podem usar IA?
Quarta edição do Blue Connections, evento realizado por Meio & Mensagem, abordou como as infinitas possibilidades da IA podem otimizar tempo e custos na indústria criativa
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Bárbara Sacchitiello
12 de novembro de 2024 - 19h35
“O que a sua equipe de trabalho faz hoje que poderá ser evoluído ou melhorado com o uso da inteligência artificial?” Essa questão foi proposta por Paulo Aguiar, creator e cofundador da CR_IA, no palco da quarta edição do Blue Connections, evento realizado nesta terça-feira, 12, por Meio & Mensagem para os membros do Círculo Liderança, no espaço do Blue Note, em São Paulo.
Pesquisador voraz das possibilidades que a inteligência artificial já traz – e ainda pode trazer – para as pessoas e para os negócios, Aguiar convidou o público presente a iniciar a jornada com a IA a partir desse questionamento. Afinal, não adianta ter uma nova tecnologia à disposição sem conseguir compreender, de fato, como ela poderá ajudar para que todas vivam – e trabalhem – de forma melhor.
“A IA é uma tecnologia de propósito geral”, resumiu o especialista, logo no início de sua apresentação, contextualizando que, na escala de evolução da humanidade, apenas o carvão, a eletricidade e os computadores tiveram o mesmo potencial.
Isso porque, segundo ele, a Inteligência Artificial é capaz de gerar coisas e possibilidades que a humanidade ainda nem imagina.
“O grande diferencial da IA é que, pela primeira vez, existe a possibilidade de as máquinas entenderem e interpretarem a linguagem humana. Não é mais necessária a existência de um tradutor para usar a IA porque ela já entende nossa linguagem. E isso é algo totalmente transformador, sobretudo quando pensamos nos possíveis efeitos que pode trazer ao processo criativo”, pontuou.
O cofundador da CR_IA seguiu sua apresentação mostrando diversos exemplos de aplicativos e plataformas que, via inteligência artificial, permitem as mais inusitadas criações.
Uma boa forma de mensurar o quão rápido e inexplorado ainda é esse novo universo tecnológico é por meio de uma rápida visita ao portal There’s an AI for That, que Aguiar apresentou aos presentes. O portal já conta com mais de 20 mil soluções de inteligência artificial para os mais variados assuntos e, a cada dia, agrega ao menos uma nova ferramenta à lista.
Essa proliferação de possibilidades de imagens, textos, áudio, vídeos, animações e quaisquer outros formatos que a imaginação possa criar trazem, ao mesmo tempo, incertezas em relação ao seu uso e adoção de tais ferramentas no cotidiano de uma atividade tão viva como a da criação.
Por isso, o profissional aconselhou os profissionais a tentarem assimilar a IA de forma mais prática, tentando compreender quais tarefas podem ser delegadas às máquinas, enquanto os seres humanos, por outro lado, ganharão mais tempo e condições de se voltarem às atividades que, de fato, complementarão os trabalhos da IA.
“Quando todas as ferramentas de IA tornaram-se algo de uso comum, de que maneira a sua marca criará um diferencial?”, provocou o especialista.
Antes de Paulo Aguiar apresentar algumas das múltiplas possibilidades de utilização de IA para a criação de vídeos, imagens, textos, apresentações e outros tipos de conteúdo, o Blue Connections também contou com a participação de profissionais do Boston Consulting Group para mostrar um pouco de como as empresas já estão aplicando as soluções em seus departamentos de marketing.
Alexandre Montoro, sócio da consultoria, explicou que a IA Generativa, diferentemente do que a inteligência artificial já permitia, acrescenta uma camada bem mais robusta de possibilidades pela capacidade de gerar conteúdo a partir da linguagem humana.
Contudo, pontuou, começar a incorporar essa tecnologia no cotidiano não é algo simples. “Temos dados de uma pesquisa que mostram que 65% das empresas que investem em IA ainda tem dificuldade em enxergar o impacto que ela gera. Isso acontece porque, muitas vezes, as empresas querem realizar diversas atividades ao mesmo tempo, como se fosse um uso da tecnologia apenas pelo uso”, apontou.
O sócio da BCGx disse, ainda, que a incorporação no cotidiano das empresas deve seguir mais ou menos a proporção de 70/20/10. A maior parte dos investimentos, cerca de 70%, devem ser direcionados à transformação e capacitação das pessoas para que elas sejam capazes de manegar e explorar as ferramentas em todo seu potencial. Os 20% dos esforços devem ser aplicados à tecnologia, ou seja, às ferramentas, enquanto 10% devem ser direcionados ao desenvolvimento de algoritmos e soluções proprietárias especificas para o negócio.
A consultoria também dividiu com o público alguns exemplos de como seus clientes vem implementando soluções de IA. Uma companhia multinacional, por exemplo, contou com a consultoria da companhia para mapear quais atividades poderiam ser automatizadas.
Também diretora do Boston Consulting Group, Maria Campelo contou que o trabalho consistiu em mapear cerca de 300 atividades que faziam parte do escopo da equipe de marketing. Após a listagem, a equipe, juntamente à consultoria, usou a IA para definir, entre tais atribuições, 20 atividades que poderiam ser automatizadas e realizadas pela máquina.
“Muitas vezes, é possível otimizar até 90% do tempo que era dedicado às tarefas, ampliando muito a produtividade. Como consequência, começamos a ver a diminuição dos erros humanos, pelo fato de conseguirmos voltar a atenção das pessoas para tarefas mais criativas”, resumiu a especialista.
Segundo Maria, a maior parte da utilização da IA no cotidiano do marketing e da publicidade está direcionada para a otimização do planejamento de campanhas, seleção de plano de mídia e adaptação de conteúdo e formatos de publicidade para diferentes formatos e linguagens.
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