Estrelas mirins: como proteger a carreira de crianças na comunicação
Importantes agentes do consumo de conteúdo no Brasil, crianças e adolescente ganham ascensão como estrelas da comunicação no País
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Valeria Contado
18 de dezembro de 2023 - 14h11
As crianças e adolescentes são peças importantes no consumo de conteúdo atualmente. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, no módulo de tecnologia e informação, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com dados de 2022, entre 185,4 milhões de pessoas de 10 anos ou mais, 87,2% utilizaram a Internet. No grupo etário de crianças (entre 10 e 13 anos) o instituto registrou 84,9% (ante 96% de usuários nos grupos de 20 a 24 anos e de 25 a 29 anos).
Por isso, esse público se tornou agente importante para a construção do ecossistema de conteúdo da internet. Seja consumindo ou produzindo peças para a internet, os jovens estão os protagonistas no mercado de influência. Essa conexão com o mundo digital, faz com que esses jovens se mantenham informados, entretidos e que descubram hobbies.
Com a TV esse processo não foi diferente. Nomes como Maísa Silva, hoje embaixadora da Unicef, Larissa Manoela, Bruna Marquezine, entre outros nomes que cresceram em frente as telas e continuam influentes na mídia.
Esse ambiente também pode gerar uma forma de monetização. Em outubro deste ano, os influenciadores Viih Tube e Eliezer foram ao Fantástico falar sobre como a exposição de sua filha Lua tem impactado suas vidas. A influenciadora afirmou, em suas redes, que a filha já R$ 1 milhão em patrimônio, e que pretende criar a pequena com uma educação financeira rígida para que ela entenda o valor desse trabalho.
Como exemplo de influenciadores mirins estão Cris, filho de Bianca Andrade (Boca Rosa) e Fred Bruno (Desimpedidos), e Maria Alice e Maria Flor, filhas de Virgínia Fonseca e Zé Felipe. Compartilhando o engajamento dos pais, as estrelas mirins já se associam a marcas e publicidade.
Na época em que viralizou seu planejamento de rotina, Bianca veio à publico explicar que isso fazia parte de uma estratégia para conseguir cumprir as atividades diárias. Além disso, Boca Rosa explicou que esse planejamento também ajudava a não expor tanto o filho. A influenciadora explicou que limita a exibição de Cris, para não fazer uma superexposição.
Além de uma forma de trabalho ou mesmo de entretenimento, a internet pode ser um ambiente que ajuda as crianças a se desenvolverem ludicamente, como explica Demian Falestchi, fundador e CEO da Kids Corp. “É importante destacar e diferenciar quando elas fazem isso por diversão, como parte de um jogo. Assim como muitas crianças gostam de brincar com blocos, bonecas, carros ou lançadores, a criação de vídeos e conteúdo online é uma oportunidade que elas têm hoje de desenvolver habilidades artísticas, lúdicas e divertidas para elas e compartilhá-las com seus amigos”, diz.
Mas para que isso aconteça de forma segura, as crianças e adolescentes precisam estar protegidos, com acesso a conteúdo adequado, em um ambiente seguro. Thaís Rugolo, advogada do programa Criança e Consumo, do Instituto Alana, explica que a legislação permite esse tipo de trabalho. Isso acontece em decorrência da liberdade de expressão, mas que existem regras que permitem o desenvolvimento dessas atividades.
“O trabalho infantil artístico deve respeitar o direito da criança ou adolescente enquanto pessoa em desenvolvimento, o que significa o equilíbrio entre a atividade laboral e o exercício de outros direitos individuais e sociais dos quais são titulares”, diz.
Assim, essas atividades não podem impactar, negativamente, o direito da criança à educação, saúde, lazer e bem-estar.
Além disso, os influenciadores precisam tomar cuidado com as regras vigentes. No Brasil, a publicidade e nem qualquer apelo de consumo, pode ser direcionado diretamente às crianças As regras seguem o artigo 37 do Código de Defesa do Consumidor e a Resolução nº 163/2014 do Conanda.
“Ao participarem ou promoverem publicidades direcionadas a outras crianças, o próprio conteúdo de suas atividades é prejudicial, pois os influenciadores tornam-se vetores de comunicação mercadológica ilegal”, explica a advogada.
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