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Prestes a completar um ano, Good Latinas busca ampliar alcance

Projeto social de empoderamento de mulheres latino-americanas no mundo corporativo quer atender cem mil latinas em cinco anos  


2 de julho de 2024 - 6h04

Em agosto, o projeto Good Latinas, criado para orientar mulheres latino-americanas no mercado de trabalho de modo que consigam progredir a cargos de comando nas empresas, completará um ano de atividade.

A ideia inicial veio de Patricia Corsi, executiva brasileira que deixou recentemente o posto de CMO global da Bayer e está assumindo o mesmo cargo na Kimberly-Clark, mas logo outros reforços se juntaram a ela, como Renata Ferraiolo, (hoje CEO de uma divisão da S.C Johnson, nos EUA) apresentada a Patricia por Antonio Lucio, atual CMO global da HP, e Juliana Furlan, que foi sua trainee no passado e é CMO para as Américas da Chiquitas.

Juliana Furlan e Patricia Corsi (Crédito: Celina Filgueiras)

Em entrevista ao Meio & Mensagem, durante o Cannes Lions este ano, Patricia contou que um conjunto de fatores a motivou, sendo um dos principais a falta de apoio e mentoria a mulheres em fase de transição e possíveis saltos de carreira. Outro ponto é a desvalorização do trabalho das latinas em mercados como o norte-americano. Nos EUA, elas recebem US$ 0,50 a cada US$ 1 que os homens recebem, segundo o Female Quotient.

Diante das dificuldades, muitas mulheres, dizem as executivas brasileiras, se consumiam no dilema família ou carreira e acabavam desistindo de suas ambições profissionais. Um último aspecto do projeto é preparar as mulheres para responder a estereótipos de gênero no ambiente de trabalho.

“Queríamos fazer uma coalizão do bem, com gente que confiávamos. Mandei mensagem para 15 mulheres, inicialmente, e 99% responderam ‘vamos!’”, conta Patricia.

Renata diz que o sentimento é o de que não é fácil chegar aonde chegaram e veem tão poucas mulheres alcançarem esse sucesso profissional. “Tem muita gente precisando de ajuda e que pode se beneficiar um pouquinho do que temos para dar”, pontua.

Já Juliana destaca que o formato de coalizão é interessante, pois permite que as executivas, que obviamente também têm famílias e uma agenda profissional pesada, se revezem no atendimento às mentoradas.

Qualidade e metas

A ambição do projeto é ajudar cem mil latinas a ascender no mercado de trabalho nos próximos cinco anos. “É mais qualidade do que quantidade”, argumenta Patricia. Para tal, o Good Latinas oferece mentorias gratuitas no LinkedIn, com ferramentas desenvolvidas para a plataforma com apoio da Rocket Mentorig School (empresa que pertence a João Marcelo Furlan, irmão de Juliana, mas que também atua no projeto “pro bono”). O Good Latinas já conta com muita gente “de alto calibre”, na definição de Patricia, que exemplifica com Laura Chiavone, da Meta; Carla Eboli, CEO da agência Every; Thais Hagge, que está indo para a Unilever do Reino Unido, como vice-presidente global de Seda; a Andrea Siqueira, da BBDO Chicago; Ana Moisés, do LinkedIn; e Paula Costa, da Coca-Cola.

Mas como o número de inscrições recebidas no LinkedIn é grande, assim como a meta, o projeto está aberto à seleção de novas mentoras para engrossar o grupo atual de 42 delas. Quando uma mentorada tem seu pedido analisado e é aceita, o processo de mentoria dura de três a quatro meses, com seções de, normalmente, 45 minutos.

“O carro-chefe é a mentoria, mas temos trabalhado conteúdos online, lives e eventos. E olhamos profissionais que estejam nesse ponto de transição, que precisam de um impulso para crescer”, conta Juliana.

O grupo também busca criar uma comunidade entre essas mulheres e colocá-las em contato com outros profissionais do mercado, dada a importância do networking. E a conversa sobre o projeto em Cannes também é exaltada pelo fato de o Brasil ser uma potência criativa, mas com poucas mulheres ocupando o cargo de diretoras executivas de criação.

“Se perguntarem se estamos fazendo caridade, não é. É algo que te dá sentido de gratidão e de existência. Aprendemos muito com elas e nos conectamos às novas gerações e acontecimentos culturais contemporâneos. E celebramos umas às outras, porque quando fazemos isso tiramos esse estigma de que não há lugar para todas”, argumenta Patricia.

Sem fins lucrativos

As executivas também explicam que apesar de lidarem com histórias pessoais tocantes, sua função não é de psicólogas e ressaltam, ainda, que o Good Latinas não tem nenhum objetivo de virar um projeto que venha a explorar qualquer tipo de monetização. “Se tiver cobrança, a gente está fora. Por isso escolhemos o LinkedIn e a única coisa que a pessoa precisa ter é acesso à internet”, diz Patricia.

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