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“Taxa das blusinhas” amplia desistência por importados

Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que subiu de 13% para 38% a quantidade de consumidores que desistiram de compras internacionais

i 27 de outubro de 2025 - 11h47

Taxa das blusinhas

(Crédito: Shutterstock)

A chamada “taxa das blusinhas”, imposto cobrado desde meados de 2024 para compras internacionais realizadas de forma online, fez com que mais de um terço dos consumidores brasileiros desistisse de adquirir itens de plataformas e sites estrangeiros.

Divulgada nesta segunda-feira, 27, a pesquisa Retratos do Brasil, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) à Nexus, mostra que aumentou de 13% para 38% a quantidade de consumidores brasileiros que desistiu de efetuar uma compra internacional por conta das taxas.

O levantamento pedido pela CNI foi realizado a partir de um comparativo entre os hábitos dos consumidores em maio de 2024 com outubro de 2025.

A chamada “taxa das blusinhas” entrou em vigor em 1 de agosto do ano passado, com o imposto de 20% sobre os valores dos produtos adquiridos em sites internacionais.

Desistência das compras internacionais

A pesquisa da CDI e Nexus apontou que, entre as pessoas que desistiram de fazer compras internacionais por conta dos impostos, a maioria (51%) são consumidores com curso superior.

Ainda entre esse grupo de desistentes, 46% são pessoas com idade entre 16 e 24 anos ou com idade entre 25 e 40 anos. A pesquisa apontou, ainda, que entre aqueles que desistiram de fazer compras internacionais, 45% têm renda mensal superior a cinco salários mínimos.

Alternativas nacionais

O mapeamento também apontou que a desistência por adquirir produtos de sites internacionais fez subir, em contrapartida, o interesse por fazer compras em plataformas brasileiras.

Segundo o estudo, o interesse pelas compras em plataformas nacionais subiu de 22% para 32% no período pesquisado.

Além disso, o percentual das pessoas que procuraram por aquela mesmo item, pesquisado inicialmente em uma plataforma internacional, em alguma loja física, subiu de 13% para 14%.

Cresceu, também, a quantidade de pessoas que buscaram por algum item similar em outro site internacional, passando de 6% para 11%.

Não foi somente a “taxa das blusinhas” que fez com que consumidores desistissem de fazer compras internacionais. A pesquisa da CNI revela que subiu de 32% para 36% a quantidade de pessoas que deixaram de fazer alguma compra internacional por conta do imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Outro motivo apontado pelo estudo paro abandono dos carrinhos de compras é o valor do frete: 45% dos consumidores desistiram de comprar após verificarem o valor das taxas de entrega. Em maio do ano passado, esse índice era de 40%.