Existe relação entre audiência e buzz?
Ibope e Qual Canal divulgam resultados de estudo que tenta responder a essa questão, analisando se os campeões de hashtag e Trending Topics são, também, os programas de melhor audiência televisiva
Ibope e Qual Canal divulgam resultados de estudo que tenta responder a essa questão, analisando se os campeões de hashtag e Trending Topics são, também, os programas de melhor audiência televisiva
Bárbara Sacchitiello
12 de julho de 2013 - 2h56
Será que um programa de TV que vira Trending Topic no Twitter também é campeão de audiência pelos critérios do Ibope? Ou será que um programa que possui uma grande audiência na TV conseguirá também gerar buzz na rede social?
Para essas questões o Ibope ainda não encontrou respostas concretas, mas vem se empenhando em compreender o comportamento das pessoas que usam a internet para elogiar, criticar ou compartilhar impressões acerca daquilo que estão assistindo na TV. Nessa quinta-feira, 11, o instituto de pesquisas apresentou à imprensa e a profissionais do mercado publicitário os resultados iniciais de um estudo sobre TV social e segunda tela.
Embora esteja certo de que há uma relação entre a audiência da TV e a repercussão dos programas nas redes sociais, o Ibope assumiu que são necessários muitos outros estudos para decodificá-la. “O que sabemos é que o conteúdo é o elemento mais importante para os telenautas”, disse José Calazans, analista do Ibope Media, utilizando o termo escolhido para definir o espectador de TV que usa a internet simultaneamente.
Essa pesquisa do Ibope foi realizada em parceria com a Qual Canal, empresa especializada no monitoramento da repercussão de atrações televisivas na internet. Segundo um dos sócios, Flávio Ferrari, compreender a interação do público com as atrações de TV via redes sociais é altamente importante para veículos e anunciantes. “Inúmeras variáveis influenciam o comportamento do público no Twitter, mas sabemos que as emissoras, assim como as marcas, podem e devem se comunicar com esses telenautas no momento certo, o que pode contribuir muito para o aumento da repercussão do programa”, explicou Ferrari.
Os quatro tipos de atrações
Durante o evento, os sócios da Qual Canal detalharam o novo conceito desenvolvido pela empresa para mapear as atrações de acordo com seu potencial de repercussão nas redes sociais. Batizado de Viral Index, esse índice cruza o share de audiência televisivo de determinada atração com o share do mesmo programa no Twitter. Este último é obtido ao comparar a totalidade de comentários sobre TV naquele momento e as mensagens referentes àquela atração.
Esse índice gerou um gráfico que define quatro diferentes tipos de programas de TV: o Epidêmico (de alta audiência televisiva e também grande repercussão no Twitter); o Contagiante (que gera grande buzz na rede social, mas nem sempre rende bons resultados no Ibope); o Segmentado (que, por ser direcionado a um nicho específico, não tem grandes índices de audiência e também não gera repercussão na internet) e o Intimista (aquela atração que até marca bons números no Ibope televisivo, mas que não tem um grande potencial para ser comentada nas redes sociais).
Apesar de detalhar esses conceitos, os sócios da Qual Canal não especificaram quais gêneros de programas seriam mais condizentes com cada uma das classificações. Segundo Flávio Ferrari, é possível, também, que um programa de baixa repercussão no Twitter passe, com o tempo, a ser mais comentado pelos usuários da rede. “Isso pode acontecer tanto por estratégias e por um diálogo criado pela emissora ou até mesmo espontaneamente”, comenta.
Segundo dados divulgados pela própria operação brasileira do Twitter, 50% dos usuários cadastrados assistem TV enquanto fazem uso da rede. E 25% de todos os temas abordados no microblog referem-se à programas televisivos.
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