Influenciadores demandam liberdade na co-criação com marcas
Manu Gavassi, Theodoro e profissionais de marketing comentam sobre a importância de deixar o creator protagonizar a conversa com seu público-alvo para garantir melhores resultados
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Giovana Oréfice
8 de julho de 2023 - 14h00
Em 2019, Manu Gavassi fechou parceria com a Tanqueray. Dois anos depois, foi anunciada como head de conteúdo da marca, responsável pela parte criativa de toda produção.
A relação da influenciadora com Tanqueray é um exemplo vivo do poder da cocriação de marcas e influenciadores, com resultados baseados em liberdade criativa e, sobretudo, confiança.
A criadora de conteúdo, atriz e cantora, que participou da VidCon nesta sexta-feira, 7, começou a estudar roteiro na ânsia de melhorar a produção de conteúdo e ter um diferencial como creator em diversas frentes – entre elas a publicidade.
Manu atribuiu sua estratégia de sucesso a um fator comum entre sua atuação como artista e produção para redes sociais: narrativas para histórias bem contadas.
Ainda que mais comum nos últimos tempos, a cocriação vem sendo uma construção que desafia marcas a ceder à liberdade criativa. Mariana Madjarof, diretora comercial da FSIMAS e responsável por viabilizar a parceria entre Tanqueray e Manu Gavassi, contou que a chave para a confiança é estabelecer uma relação de proximidade.
Isso faz com que o criador de conteúdo compreenda os desafios da marca, tragam possíveis soluções e as traduzam na linguagem de sua audiência. “Eu consigo criar muito melhor quando sei a realidade do budget da entrega e o tamanho que ela deve ter”, exemplificou Manu, justificando que tais fatores são decisivos para guiar a ideia para uma determinada ação.
A desburocratização da relação entre marca e criador de conteúdo também foi abordada por Theodoro, influenciador presente no painel “E-Commerce & Live Shopping: Qual O Futuro do Varejo?”.
Com mais de 3 milhões de seguidores no Instagram, ele recomendou que as marcas estudem os influenciadores com quem trabalham, uma vez que eles conhecem, mais do que ninguém, como conversar com suas audiências e, consequentemente, vender um produto.
“Como eu domino o comportamento, se as marcas mandarem um produto, sei que eu irei vendê-lo”, disse.
“Creator não é veículo de mídia”, defendeu Luiz Carlos Lima André, gerente de marketing de influência da Magalu. Segundo ele, os influenciadores entram como viabilizadores importantes do varejo na promoção do e-commerce como parte de estratégia de negócios, e não como meros atores de planos de comunicação.
No Brasil, outro modelo comercial que ganha mais atenção – e que tem sinergia com o estilo dos creators – é o live commerce. O executivo do Magalu recomenda e acredita no formato como uma ferramenta de potencialização de venda e produto.
Contudo, defendeu que os melhores resultados estão sendo feitos em nichos específicos, como categorias de beleza e moda.
Como em toda estratégia, os erros estão presentes. Entre os aprendizados, o gerente comentou que estratégias de mistura de segmentos em uma mesma live não foi eficaz para o live commerce da Magalu. O iFood está entre os exemplos que não sucederam com o recurso. Algumas das tentativas da companhia foram a transformação de usuários em creators e utilizar saídas de key opinion customers – bastante comum na China, que consiste em recrutar especialistas para testar e fazer o review de produtos.
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