Assinar

A Lei de Moore

Buscar
Publicidade
Opinião

A Lei de Moore

É como estar sentado em um foguete que a, cada segundo, voa mais rápido. E é por isso que sentimos que sempre estamos aprendendo algo novo


26 de novembro de 2019 - 13h05

(Crédito: Wakila/ iStock)

Segundo uma lenda antiga, um homem foi até o seu imperador e ofereceu a ele um jogo de tabuleiro. Simples no seu conceito, altamente estratégico e divertido, é claro.

Foi assim que o jogo de xadrez foi apresentado ao imperador: um tabuleiro de 8X8 com peças e movimentos predefinidos. O imperador adorou o jogo e, em retribuição, pediu ao homem que escolhesse uma recompensa.

O homem pediu arroz! Em troca do jogo, ele simplesmente queria arroz. Sem saber muito bem como pagar a recompensa, o imperador sugeriu que o homem fosse mais específico em relação à quantidade de arroz que desejava.

O homem então disse ao imperador que queria ganhar um grão de arroz pelo primeiro quadrado do tabuleiro de xadrez. E pediu que a quantidade de grãos fosse dobrada a cada novo quadrado, seguindo dessa forma até preencher todos os espaços do tabuleiro.

O imperador riu, achou o pedido estúpido, além de pensar que o homem não ganharia quase nada de arroz.

Foi dessa forma que aprendi sobre Gordon Moore, fundador da Intel, e sua incrível lei. Para os que não sabem, a Lei de Moore é a base de todo estudo tecnológico dos últimos anos. A lei é simples e absolutamente potente. Mais do que uma lei, é um guia que ditou a forma como os processadores evoluíram até hoje. É a razão pela qual vários de nós temos problemas em dormir à noite.
É a razão pela qual nos perguntamos todos os dias quais serão os impactos tecnológicos nos próximos anos. E eles serão exponenciais.

O que o imperador colocou:

• 1 grão no primeiro quadrado
• 2 grãos no segundo quadrado
• 4 grãos no terceiro quadrado

Ao final da primeira fileira do tabuleiro, a quantidade de grãos era igual a 128. Ao final da segunda fileira, o número de grãos era igual a 32.768. Na metade do tabuleiro, o imperador devia ao homem 2 bilhões de grãos de arroz. No final do tabuleiro, a quantidade de arroz equivaleria a uma montanha maior do que o Everest.

Esta é a Lei de Moore: a tecnologia tem sua potência duplicada a cada 18 meses. E, assim como o arroz, não percebemos o impacto dos saltos no início do processo, mas, a partir da segunda metade, eles são exponenciais.

Em 2019, nós já estamos na segunda metade do tabuleiro de xadrez. A velocidade com que os saltos tecnológicos acontecem se assemelha a uma curva chegando aos 90 graus. Para se ter um comparativo, apenas dez anos atrás tínhamos um computador 100 vezes menos capaz do que o celular mais moderno de hoje. Pense, por exemplo, na quantidade de vezes que você trocou de celular nos últimos 20 anos. E mesmo você, que está na casa dos 20 anos, certamente já passou por experiências com diversos devices. E notou a cada ano as evoluções cada vez maiores e mais frequentes.

É como estar sentado em um foguete que a, cada segundo, voa mais rápido. Não é à toa que todos os dias surge uma startup, uma empresa ou uma tecnologia com algo totalmente novo.

Não é à toa que todas as marcas estão se tornando empresas de tecnologia. Todas! Sem exceções. E é por isso que sentimos que sempre estamos aprendendo algo novo.

A Lei de Moore é fantástica. É onipresente! Mas não acredite nos profetas do apocalipse. Eles estão equivocados. Erraram sobre o varejo e erraram ao dizer que máquinas vão acabar com todos os empregos. Agora, também é fato que máquinas inteligentes já são melhores que humanos em vários campos da ciência, da medicina, do direito, da automação industrial etc.

Em passagem pelo Brasil, Mike Walsh, futurista e CEO da consultoria Tomorrow, é taxativo ao afirmar que as empresas do futuro ainda dependerão de pessoas. E que a verdadeira vantagem competitiva virá da sua capacidade de criar soluções destrutivas para problemas.

O nosso futuro é sobre encontrar o equilíbrio entre homem e máquina. Entre cérebro e algoritmo. Entre criatividade e data. Entre produto e plataforma. Entre inteligência artificial (IA) e intuição.

O futuro é incrível. Viva Gordon Moore!

*Crédito da foto no topo: Slavemotion/ iStock

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Quando menos é muito mais

    As agências independentes provam que escala não é sinônimo de relevância

  • Quando a publicidade vai parar de usar o regionalismo como cota?

    Não é só colocar um chimarrão na mão e um chapéu de couro na cabeça para fazer regionalismo