Homenageie seus ídolos enquanto há tempo
Professor do Insper celebra o documentário sobre o tenista Gustavo Kuerten, o Guga, na Disney +
Professor do Insper celebra o documentário sobre o tenista Gustavo Kuerten, o Guga, na Disney +
No Brasil, infelizmente, não temos a cultura de homenagear nossos ídolos em vida. Esperamos sua partida para fazer retrospectivas, especiais, inúmeros posts, muitos autênticos e verdadeiros, outros nem tanto. Um nome de rua aqui, outra praça ali.
Quebrando esse hábito, a Disney+ lançou o documentário “Guga”, uma série de cinco episódios que acompanha a trajetória de Gustavo Kuerten no tênis: vitórias, derrotas, lesões, a perda precoce do pai, com imagens históricas, entrevistas e depoimentos de tenistas, treinadores e amigos que vivenciaram esse momento.
Embora extremamente bem filmado e emocionante, retratar a vida de Guga em apenas cinco episódios é uma tarefa praticamente impossível.
A grande maioria dos brasileiros não tem a dimensão real de quem foi Guga, sua jornada e conquistas. Foi tricampeão de Roland Garros, um dos quatro torneios mais importantes do mundo. Na era profissional, apenas dois tenistas têm mais títulos neste torneio do que ele: Rafael Nadal e Björn Borg.
Além disso, em 2000, Guga ganhou a Masters Cup em Lisboa, vencendo no mesmo torneio Andre Agassi e Pete Sampras, dois dos maiores jogadores de todos os tempos. De quebra, tornou-se o tenista número 1 do mundo, posição mantida por 42 semanas. Indiscutivelmente, Guga está na mesma prateleira de Pelé (pera, este é incomparável) e Ayrton Senna como um dos principais ídolos esportivos do Brasil.
Fora das quadras, sempre foi uma pessoa extremamente equilibrada, solícita e atenciosa, de sorriso aberto, sendo inclusive apelidado carinhosamente de “Labrador Humano” por sua natureza gentil e amável.
Do ponto de vista mercadológico, teve contratos longevos com poucas marcas, demonstrando assim seu profissionalismo e gratidão aos seus parceiros.
Parabéns, Disney+, pela iniciativa. Foi um Golden Slam. As histórias dos nossos ídolos não podem se apagar; precisam ser contadas e perpetuadas.
Você, brasileiro, mesmo que não goste de tênis, assista ao documentário. Sinta um pouco do orgulho e das alegrias que este ídolo brasileiro nos proporcionou em 15 anos de carreira profissional. E homenageie seus ídolos enquanto há tempo.
Compartilhe
Veja também
E se o Cannes Lions premiasse as melhores parcerias do ano?
Num mundo em que a criatividade virou moeda valiosa, colaborações bem construídas se tornaram a força motriz da inovação
Os cases gringos mais memoráveis de Cannes 2025
Iniciativas como The Final Copy of Ilon Specht, vencedor do Grand Prix de film, são exemplos de consistência das marcas e reconhecimento a quem faz parte da história delas