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Opinião

Lições do universo digital

Nasce uma série de oportunidades para qualquer marca que esteja presente de modo sólido no online


4 de setembro de 2020 - 18h42

(Crédito: Mykyta Dolmatov/istock)

A transformação digital, que já vinha demandando atenção das empresas e dos profissionais para mudanças de posicionamento frente a um novo comportamento dos consumidores, acabou ainda mais acelerada pela pandemia do novo coronavírus. Hoje, não há empresa, governo ou pessoa física que não tenha sentido na pele os efeitos da chegada avassaladora da Covid-19 em todo o mundo. A emergência sanitária não mexeu apenas com a saúde: bagunçou a economia, modificou uma série de hábitos e obrigou muita gente a sair da zona de conforto.

Agora, enquanto a primeira onda da doença parece ter passado, o conceito do “novo normal” tão abordado nos últimos meses começa a ganhar forma e já é possível perceber – e aprender – com algumas lições da pandemia. Empresas que já possuíam um histórico de cultura digital têm conseguido aproveitar melhor o momento, navegando pelo mar revolto com um pouco mais de tranquilidade. Isso acontece porque, diante dos desafios dos impactos econômicos, as companhias conseguiram entender a real importância de trabalhar o marketing digital e o marketing de performance corretamente.

Contato de ponta a ponta

À parte do uso de canais como o SEO e o próprio e-mail marketing, que passaram a fazer parte do (re)desenho estratégico das marcas, essas companhias também encontraram outras formas de trabalhar essa vertente. Estudo recente realizado pelo Google e pelo IAT (Integrated Analytical Team) demonstrou que o aumento de dependência da internet para realização de diversas atividades e serviços na quarentena foi uma grande preocupação para muitos “imigrantes digitais”, pessoas nascidas antes da popularidade da internet.

Para ajudar este público, algumas marcas passaram a ensinar os usuários a utilizar os seus respectivos canais digitais. Ou seja, passaram a fazer marketing.

Aprendendo a se reinventar

O maior desafio dos efeitos da Covid-19 está, justamente, em encontrar e enxergar essas alternativas a fim de possibilitar a reinvenção dos modelos de negócio das organizações para que se tornem efetivamente digitais, no sentido literal da palavra. Além disso, a mudança é necessária para que possam se conectar com um novo perfil de consumidor, muito mais heterogêneo do que antes, porém, com as mesmas – ou até mais – exigências de atenção, experiência única e bom atendimento.

Pesquisa da SalesForce confirma novos comportamentos da geração Baby Boomer (nascidos entre 1946 e 1964). Como possuem probabilidade maior de desenvolver complicações graves decorrentes do novo coronavírus, essa geração passou a tomar precauções extras, fazendo uso de mais opções de compras online e entrega à domicílio.

Outro estudo encomendado pelo Facebook IQ ao Ibope Inteligência observou que 28% dos brasileiros já estão fazendo mais compras online desde o início da pandemia. Já uma análise feita pela GlobalWebIndex, constatou que 31% dos usuários de internet dos EUA (entre 16 e 64 anos) seguirão comprando online com maior frequência (mesmo após o término da pandemia) e que 30% esperam visitar lojas físicas com menos frequência.

Baseado em todos esses dados – que devem ser o foco da atenção das empresas – é possível perceber que o aumento do envolvimento com o e-commerce durante a pandemia não é uma questão passageira. Muito pelo contrário: é uma opção viável, de crescimento cada vez mais acelerado, e que pode sim possibilitar experiências tão proveitosas e memoráveis com as das lojas físicas.

Aprendendo na prática

O cenário atual está repleto de incertezas em um mercado cada vez mais dinâmico. Mas as lições do momento são imprescindíveis para as companhias que querem seguir na vanguarda dos seus segmentos de atuação, principalmente no meio digital. Especialmente para as empresas, por exemplo, toda essa movimentação deixou claro que, mais do que nunca, toda e qualquer decisão precisa ser tomada baseada em dados, preferencialmente aqueles analisados em tempo real.

Pesquisa realizada pela Forrester Consulting aponta que companhias que utilizam ferramentas para gerenciamento de dados têm 58% mais chances de superar as metas de receita. Já a consultoria McKinsey afirma que estamos na era das organizações data driven, ou seja, empresas direcionadas por dados. CEOs, CIOs e CTOs precisam estar atentos a essas ondas de disrupção desencadeadas com mais força durante a crise do novo coronavírus. É a hora de rever processos internos, adotar tecnologias adequadas e, principalmente, focar nas pessoas e nos dados.

Saiba o que fazer com dados: segmente seu público com base em audiência de compra, considere as interações dos usuários com o produto de modo abrangente, busque entender seu consumidor e a jornada do cliente de ponta a ponta, e personalize sua comunicação. Trabalhe com dados reais para, assim, tomar decisões rápidas e assertivas. Fuja das métricas de vaidade, aprenda a medir o Retorno sobre o Investimento (ROI) dos canais e ajude seu time de Marketing a caminhar junto com o departamento financeiro para otimizar os investimentos. Foque no usuário.

Novos contextos demandam novos comportamentos, sejam eles do usuário ou de quem planeja melhores estratégias no mundo dos negócios. A ordem atual exige adaptação por parte das empresas. É fundamental que o planejamento estratégico acompanhe essa dinâmica, rompa barreiras, encontre um novo modelo de liderança e, principalmente, de inovação. Temos a chance de aprender que é tempo de ampliar a adaptabilidade e que, a partir de agora, nasce uma série de oportunidades para qualquer marca que esteja presente de modo sólido no digital.

**Crédito da imagem no topo: Sankai/iStock

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