Lideranças inspiradoras no palco de debates sobre indústria

O que a maior medalhista olímpica do esporte brasileiro, o ator protagonista do único filme nacional vencedor do Oscar e uma das autoras e intérpretes campeãs de bilheteria no cinema e no teatro brasileiros têm a ensinar à indústria de comunicação, marketing e mídia?

Os participantes do Maximídia 2025, realizado por Meio & Mensagem no hotel Unique, em São Paulo, na semana passada, acompanharam o exemplo de planejamento inspirador de Rebeca Andrade, que no auge de sua trajetória, detalhou a preparação para competir a sua última Olimpíada e entrar em uma segunda carreira — de psicóloga. Considerada uma das personalidades mais influentes do Brasil, Rebeca é um dos nomes que devolve a essa palavra desgastada o real significado do que é ter talento, alcançar prestígio e tornar-se referência edificante.

Depois do sucesso internacional de Ainda Estou Aqui, Selton Mello participou do evento remotamente, falando ao vivo da Austrália, onde participa da produção hollywoodiana Anaconda. Ele disse que criatividade é seu real sobrenome e estimulou a saída das zonas de conforto, o espaço para a vazão da intuição do brilho no olho e a busca pela inquietude, combustível que, após crescer em frente às câmeras e se consolidar como ator de TV, o fez abraçar o cinema e enveredar por outros campos, como o da direção e o da dublagem.

Com roteiro de vida oposto, Mônica Martelli considera que só conquistou seu espaço no mainstream das artes brasileiras perto dos 40 anos. No palco, usou a sua própria história de perseverança e resiliência para concluir que “sucesso é caminhar ao encontro de mim mesma, dar passos em direção à minha verdade”, e encorajar: “fracasso é não fazer, é não tentar”.

Histórias inspiradoras não se materializam somente nas artes e no esporte. CEOs de três dos maiores anunciantes do País e do mundo compartilharam suas histórias e estilos de liderança com o público do Maximídia. A arte de saber testar, acertar ou errar rapidamente, voltar atrás e continuar evoluindo sintetiza o cotidiano de Juliana Sztrajtman, na Amazon, companhia que tem no Brasil o mercado que oferece mais potencial de trazer novos clientes em todo o mundo.

André Felicíssimo, da P&G, sustentou que mais importante do que brigar por market share é trabalhar para desenvolver todo o mercado — o que será determinante para a participação de cada marca no futuro — e que a centralidade no consumidor é o que deve guiar o marketing. Luciana Staciarini Batista, da Coca-Cola, disse que a verdadeira fórmula mágica da marca é o estreito relacionamento com os engarrafadores e sua adequação às dinâmicas locais, o que inclui ações de comunicação mais digitais e multiplataforma, com mensagens customizadas, para enfrentar a grande fragmentação da mídia.

Com seus 30 painéis, que reuniram mais de 70 porta-vozes de diferentes segmentos, o Maximídia se manteve como principal palco para debates sobre o futuro da indústria de comunicação, marketing e mídia. A pluralidade de opiniões e a diversidade de temas se reflete não somente nos nomes já citados neste texto, mas em outros, como os dos convidados internacionais Jasmine Enberg, da Emarketer, e Rishad Tobaccowala, conselheiro do Publicis Groupe; e brasileiros que vão da influenciadora Bruna Tavares à economista Zeina Latif.

Em seus três dias de programação, o evento abordou temas como a cultura criativa geradora de negócios, os efeitos da linguagem da inteligência artificial generativa no comportamento humano e na creator economy, o espaço na agenda das marcas para a inovação social e os novos modelos de negócios para as redes de varejo e para as agências de publicidade. Com sua jornada de conhecimento que provoca reflexões, o principal mérito do evento é o de reunir, no palco e na plateia, lideranças inspiradoras que têm o poder de estabelecer novas conexões para motivar o mercado brasileiro a estabelecer ambientes e marcas mais confiáveis, atrativos e autênticos.