Opinião

Menos informação, mais direção

Ter acesso a uma profusão de dados não garante decisões e abre espaço para o Insight as a Service

Cesar Sponchiado

Fundador e CEO da Tunad 28 de agosto de 2025 - 6h00

Durante muito tempo, empresas e profissionais de marketing foram convencidos de que mais dados significavam melhores decisões. Nesse cenário, proliferaram plataformas e dashboards, prometendo clareza e eficiência na análise de resultados.

Na prática, porém, muitos gestores acabaram soterrados sob montanhas de informações difíceis de interpretar. A consequência? Ansiedade, insegurança e baixo aproveitamento real do potencial dos dados.

É justamente esse cenário que está impulsionando uma grande virada: a tendência do Insights as a Service. Nesse novo modelo, as plataformas deixam de entregar apenas dashboards e relatórios brutos, para fornecer recomendações claras, práticas e imediatamente acionáveis.

Essa transformação é impulsionada pela evolução das tecnologias de inteligência artificial, que automatizam processos complexos e liberam equipes inteiras para focar no que realmente importa: estratégia, criatividade e ação.

O grande ganho dessa abordagem está em eliminar os gargalos típicos da jornada de análise de dados. Processos como coleta, limpeza, integração e interpretação agora são feitos pela inteligência artificial, permitindo aos profissionais agir imediatamente sobre insights precisos, sem a necessidade de análises complexas ou equipes especializadas em Business Intelligence.

Na prática, o Insights as a Service resolve dores tanto para quem fornece quanto para quem usa soluções de dados. Do lado do cliente, a vantagem é evidente: ao receber insights que sugerem claramente o próximo passo, gestores conseguem tomar decisões mais rápidas e precisas, sem depender da análise manual. Isso aumenta a eficiência e eleva o retorno sobre o investimento em plataformas tecnológicas.

Para as empresas que fornecem soluções, o modelo representa um ganho de valor significativo. Ao entregar recomendações práticas em vez de dados passivos, elas mudam sua proposta de valor: deixam de ser apenas ferramentas e tornam-se parceiras estratégicas essenciais ao negócio do cliente.

Esse movimento não é apenas uma inovação técnica, mas uma transformação cultural profunda na relação com os dados. Estamos falando da transição do modelo descritivo, “o que aconteceu”, para um modelo prescritivo, “o que deve ser feito agora”. A plataforma passa a agir como uma espécie de co-piloto estratégico, oferecendo orientações diretas e imediatas.

Na era dos dados em tempo real, já não é suficiente entregar informação. É necessário fornecer direção. O Insights as a Service se consolida, assim, como uma das principais tendências para o mercado publicitário, abrindo caminho para que profissionais de marketing voltem a se concentrar no que sabem fazer de melhor: criar estratégias vencedoras, impulsionadas por inteligência ágil, acionável e sempre pronta para orientar decisões certeiras.