Natura, reputação e uma visão holística dos negócios

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Opinião

Natura, reputação e uma visão holística dos negócios

Posso pecar pelo exagero, mas o que a companhia brasileira faz é algo comparável ao que a Patagonia tem feito ao longo dos anos


11 de abril de 2024 - 6h00

Para a surpresa de ninguém, a Natura foi eleita a marca com melhor reputação corporativa do Brasil. No ranking da Merco, essa foi a 10ª vez consecutiva que a empresa liderou o ranking.

Mas o que exatamente a Natura faz de diferente?

Primeiramente, a empresa entendeu que a reputação é um investimento de longo prazo. Colher hoje para plantar amanhã, não existe, é feio e soa falso. Não é de hoje que a Natura se posiciona como uma marca que quer fazer diferente, que tem ideais e segue esses ideais.

O segundo fator que me chama a atenção, e talvez seja o mais importante, é a sua abordagem holística dos negócios. Já faz um tempo que a companhia adotou uma estratégia que vai muito além de simplesmente vender produtos de beleza.

Dentro dessa filosofia de negócios, a marca incorporou como seus pilares de posicionamento as temáticas de práticas sustentáveis, responsabilidade social, e uma conexão profunda com suas raízes brasileiras. Esses aspectos juntos criaram um dos ativos mais valiosos de uma marca: uma narrativa poderosa e uma conexão emocional difícil de ser ignorada pelo consumidor consciente de hoje.

Não, não só a Natura quem faz isso. Muitas marcas, inclusive do mesmo segmento, estão se movimentando rapidamente para colocar o propósito dentro dos negócios. Mas a grande questão é que a Natura é o grande exemplo a ser seguido. Posso pecar pelo exagero, mas é algo comparável ao que a Patagonia tem feito ao longo dos anos.

Para marcas grandes, de capital aberto e com muito tempo de existência, essa missão é difícil. É preciso coragem para inovar e, acima de tudo, uma cultura que coloque todos, do C-level aos estagiários, na mesma missão, remando para a mesma direção.
O movimento da Natura estabeleceu um novo padrão para como as empresas podem operar de maneira responsável e, ainda assim, serem extremamente bem-sucedidas. Sim, é possível ser uma força para o bem no mundo, ao mesmo tempo em que se constrói uma marca poderosa e lucrativa.

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