Assinar

O digital desapareceu

Buscar
Publicidade
Opinião

O digital desapareceu

Sabe o que Tom Goodwin, Bob Wollheim e Samy Dana têm em comum? Além de prestigiarem o GA Summit 2016 do Grupo de Atendimento, os três acreditam que a saída para a crise que estamos vivendo no nosso mercado não passa pelo Aeroporto de Guarulhos


24 de outubro de 2016 - 10h33

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

O GA Summit 2016, evento anual do Grupo de Atendimento, aconteceu na semana passada, na sede do Google, em São Paulo, e trouxe o tom de urgência necessário para lidarmos com a transformação provocada pela inovação e pelo digital e discutiu como isso impacta o profissional de atendimento. Para os três palestrantes convidados, não existem fórmulas mágicas para momentos de mudança que não dependam de nós.

Segundo o economista da GloboNews, Samy Dana, grandes oportunidades surgiram e empresas foram criadas em época de crise ou de guerra. Ele citou MM’s, Kimberly Clark, Airbnb e eu ainda incluiria a latinha azul da Nivea e a Nestlé nessa lista. Esses são grandes exemplos do olhar para o copo meio cheio. No nosso mercado isso não é diferente. Se o momento nos parece complicado, é importante lembrar que o nosso concorrente pode estar vendo o copo meio cheio também.

Para Bob Wollheim, fundador da maior plataforma de creators do Brasil, o YouPIX e head of digital do Grupo ABC, temos que procurar a nossa relevância como parceiros de negócios. Isso significa mudar modelos, pessoas e claro, o nosso jeito de pensar. Com esse novo modelo mental, ao invés de jobs enxergaríamos oportunidades, sairíamos da questão “mobile first” para o “mobile only”, a nossa audiência compartilharia o protagonismo com as marcas, saíriamos de estruturas hierárquicas e lineares para uma estrutura mais leve, horizontal e “fun”.

O medo de mudar, de aprender e a falta de curiosidade podem estar nos paralisando enquanto os nossos “friendenemies” – Adobe, Accenture, Deloitte e McKinsey expandem seus negócios aplicando planos estratégicos nas campanhas de comunicação e disputando a verba de marketing com as agência de propaganda. Enquanto a grande maioria das agências está agenciando jobs e discutindo a mídia, os anunciantes já percebem o valor nas consultorias capazes de analisar dados e enxergar o target com profundidade.

Para Tom Goodwin, “media futurist” e vice-presidente de inovação da Zenith, o que não estamos vendo é que apesar de tudo estar mudando, nem tudo está mudado, “as pessoas ainda estão pedindo cerveja no balcão, ainda adoram um cafezinho depois do almoço, consomem entretenimento, fazem compras, apesar de estarem em várias telas”. Nunca tivemos tanta razão e oportunidade para comunicar, só não podemos nos seduzir pelo “gimmicky” tecnológico; “we don’t need data to understand people, we need eyes”.

Para ele, o digital já desapareceu e ele percebeu isso quando viu que em pesquisas recentes as pessoas declararam usar mais o Facebook do que a internet. A divisão do digital desapareceu porque agora o digital nos cerca. “A era do controle acabou” e admitir isso é o primeiro passo para participar dessa mudança. É preciso estar aberto para o mundo que está se descortinando na nossa frente. É preciso ser curioso e questionar a nossa forma de fazer gestão. Urgência é a palavra de ordem.

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Quando menos é muito mais

    As agências independentes provam que escala não é sinônimo de relevância

  • Quando a publicidade vai parar de usar o regionalismo como cota?

    Não é só colocar um chimarrão na mão e um chapéu de couro na cabeça para fazer regionalismo