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Opinião

O futuro com naturalidade

Embora a tecnologia facilite tudo, a inteligência humana é que formará o nosso grande background


18 de fevereiro de 2021 - 14h02

(crédito: Robynne Hu/Unsplash)

As inovações disruptivas estão acelerando processos já há um bom tempo, permitindo que muitos setores tivessem condições de se adaptar à nova realidade durante a pandemia. A convergência de todas as tecnologias desenvolvidas recentemente acelerou o ritmo de evolução da humanidade a velocidades exponenciais, até então desconhecidas para nós.

É nesse sentido que realmente acredito que estamos abrindo espaço para uma tecnologia mais emocional. Ao mesmo tempo em que já estamos presenciando a entrada da inteligência artificial no campo do trabalho e das relações humanas, teremos que equilibrar as emoções como nunca fizemos antes. E, para compreender o comportamento das pessoas e olhar para as emoções que regem as atitudes e os novos hábitos que estão sendo criados, precisamos de tecnologia.

O mercado da comunicação está em amplo processo de redefinição já faz tempo. No entanto, agora a convergência entre a computação quântica, o 5G, a robótica, as realidades aumentadas e virtuais, o 3-D printing, o blockchain, além da nanotecnologia, está transformando não só as mentes e os corpos humanos, mas também o jeito de comunicar. A franqueza está mais em voga do que nunca. O acesso à informação é amplo, as pessoas estão conectadas de qualquer lugar e querem produtos reais, com transparência e uma boa dose de afeto.

O capital emocional das relações entre empresas e clientes, marcas e consumidores traz para as agências de comunicação um grande desafio: não temer o que vem por aí. Em 10 ou 12 anos, a propaganda terá passado por uma transformação completa, que se dará pela hiperpersonalização tecnológica, permitindo ativações diretas e específicas para cada consumidor. Nesse sentido, a intermediação da publicidade, como a que conhecemos hoje, será modificada radicalmente.

Para quem quer ter certeza do que estou dizendo, recomendo o livro “The Future is Faster Than You Think”, de Peter Diamandis e Steven Kotler. A cada dia, tenho mais convicção de que precisaremos desenvolver muitas das habilidades estudadas pelos autores. Os líderes terão de pensar como futuristas, e temas como segurança psicológica e legado vão invadir nossas empresas e salas de reunião. Vamos lá!

Adaptabilidade, flexibilidade, resiliência e antifragilidade. Se durante a pandemia fomos testados ao máximo nesses quesitos, o que está por vir a partir de agora nas nossas relações de trabalho? O relacionamento mudou e as lideranças que não assumirem o papel de facilitadoras, com visão empática e postura human-driven, terão sérias dificuldades para seguirem adiante.

Devemos estimular e compartilhar a crença de que é seguro assumir riscos interpessoais no trabalho em grupo. Ou seja, a mudança vai acontecer de dentro para fora, e, assim, as marcas irão remodelar seus propósitos – mais do que na missão, na visão e nos valores, elas irão focar no legado que estão construindo. E, sem segurança psicológica, as equipes não alcançarão a missão coletiva de sermos capazes de influenciar as pessoas a partir das atitudes de quem está na empresa, construindo marcas, produtos e serviços. Refiro-me ao capital humano, aos nossos colaboradores. É o propósito individual de cada colaborador que constrói o legado de grandes empresas.

Tudo se resume a uma palavra: pertencimento. Todos nós queremos fazer parte de uma grande jornada. É o nosso instinto de sobrevivência e a base das nossas relações mais saudáveis, envolvendo amor, ajuda e colaboração. É a esse legado que me refiro, ao orgulho de exercer a nossa profissão, à vontade de vestir a camiseta da empresa em que trabalhamos.

Temos que ouvir os sinais das novas tendências ou tecnologias para transformar negócios, a sociedade e a vida em geral. Precisamos de times que se sintam seguros em ambientes colaborativos, com engajamento e inteligência coletiva. A diversidade e a inclusão precisam acontecer de forma efetiva. E os antigos raciocínios limitados e binários, dentro da caixinha, precisam ser remodelados, reaprendidos e ressignificados, tendo a imprevisibilidade não mais como inimiga, mas como oportunidade de crescimento e readaptação.

Embora a tecnologia facilite tudo isso, a inteligência humana, trabalhando com fluidez e naturalidade, é que formará o nosso grande background nesse mundo abundante e acelerado!

Seguimos em frente.

**Crédito da imagem no topo: piranka/iStock

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