Patrocinando o futuro do futebol
Liga independente, que vem sendo desejada e planejada pelos clubes brasileiros, poderá elevar a receita de todos os envolvidos
Liga independente, que vem sendo desejada e planejada pelos clubes brasileiros, poderá elevar a receita de todos os envolvidos
A tão falada “Nova Liga de Futebol do Brasil” será formada mais cedo ou mais tarde. É apenas questão de tempo, porque a maioria dos clubes – os líderes do processo – querem fazê-la acontecer. Eles sabem, pelas experiências internacionais – na Inglaterra, Espanha, Itália, França e Alemanha – que a formação de uma liga independente, dedicada e profissional, acelera o crescimento das receitas para todos os envolvidos. Com a Liga, os torcedores terão um campeonato ainda melhor e toda a indústria do futebol ganhará mais.
Uma das áreas com maior potencial de crescimento é a dos patrocínios.
Diferentemente do que acontece na Europa, onde muitas marcas internacionais investem nos direitos das ligas locais, os investimentos no Campeonato Brasileiro são limitados e predominantemente de marcas locais. E a natureza das marcas é menos relevante que o número de marcas investindo.
Não há nenhuma razão para a “Nova Liga de Futebol do Brasil” não ter um banco patrocinador. Será uma nova oportunidade ao Itaú, banco que mais investe no futebol nacional, patrocinando as transmissões da Globo e a Seleção Brasileira. Mas também representará oportunidade a outros bancos, como o Banco do Brasil, o Santander, a Caixa Econômica Federal ou Nubank, que até agora não tinham como participar do futebol de forma relevante.
Não há nenhuma razão para a “Nova Liga de Futebol do Brasil” não ter uma cervejaria como patrocinadora.
Impossível pensar em futebol no Brasil sem reconhecer os investimentos da Ambev. Com parcerias diversas em todas as áreas – clubes, Seleção Brasileira, Copa do Mundo da FIFA, jogadores etc. – a empresa é quase um sinônimo de esporte. Mas, outras marcas internacionais – como a Heineken, que investe na Liga dos Campeões da Europa – têm muito interesse no País e até hoje não encontraram uma forma impactante de entrar no mercado.
Não há nenhuma razão para a “Nova Liga de Futebol do Brasil” não ter uma empresa de bebidas não-alcoólicas como patrocinadora. A Coca-Cola, líder em diversos segmentos de mercado, está ausente do futebol nacional há décadas. Fora do Brasil, tem parcerias com o PSG, Barcelona, Real Madrid, Bayern de Munique, e muitos outros clubes. Há poucos anos, foi também patrocinadora da English Premier League. A Liga seria a melhor oportunidade para a Coca-
Cola investir no futebol brasileiro desde a formação do Clube dos 13, em 1987. Mas, marcas como Gatorade (PepsiCo) ou Guaraná Antárctica (Ambev) podem querer ocupar esse espaço tão valioso.
Não há nenhuma razão para a “Nova Liga de Futebol do Brasil” não ter uma telecom como patrocinadora. O mercado de telefonia móvel é dos que mais investem em patrocínios no mundo. No Brasil, não é diferente. A Vivo patrocina a Seleção Brasileira. A TIM, os times masculinos do Flamengo, Fluminense e Vasco e as equipes de futebol feminino do Atlético Mineiro e Cruzeiro. Ambas – se interessadas em consolidar a sua presença nacional associada ao futebol durante todos os anos – são candidatas a patrocinadoras da nova Liga.
Não há nenhuma razão para a “Nova Liga de Futebol do Brasil” não ter uma aérea como patrocinadora. A Gol, patrocinadora oficial da Seleção Brasileira, pode expandir sua presença no futebol através da Liga. Mas companhias internacionais, como a Qatar Air – presente no futebol argentino – Emirates ou Etihad Airways, podem usar a Liga para estabelecer suas marcas no Brasil e promover novas rotas ao Oriente Médio. A fórmula, que já funcionou bem para todas na Europa, pode ser facilmente replicada aqui.
O mesmo raciocínio se aplica às redes de restaurantes de comida rápida, empresas que coletam e comercializam dados, empresas de apostas, outros setores de bens de consumo como desodorantes e shampoos, montadoras de automóveis, desenvolvedores de vídeo games, plataformas de mídias sociais, marcas de produtos esportivos, empresas de tecnologia, o setor de infraestrutura, produtos colecionáveis etc. A lista é longa porque a oportunidade é histórica.
Participar da formação da “Nova Liga de Futebol do Brasil” será um investimento dos melhores com retornos garantidos aos parceiros comerciais. Mas, mais importante que isso, será um voto de confiança no projeto de transformação do principal produto do futebol nacional, o Campeonato Brasileiro.
As marcas que escolherem investir na Liga farão parte de um momento único do Brasil. Uma oportunidade de ajudar a escrever o futuro do futebol nacional não aparece todos os dias.
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