Poder do TikTok na indústria musical

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Opinião

Poder do TikTok na indústria musical

Plataforma mostra que as marcas precisam repensar uso da música como estratégia de marketing


19 de maio de 2022 - 6h00

Uma pesquisa conduzida nos Estados Unidos em 2020 revelou que 52% das pessoas da geração Z (entre 13 e 23 anos) usavam apps como TikTok, e 48% delas consumiam vídeos postados ligados à música (Crédito: Eliseu Geisler/Shutterstock)

O TikTok vem influenciando a indústria musical mundial nos dois últimos anos, ditando se uma canção vai virar hit ou não. A trilha sonora usada nesta rede social, assim como no recurso Reels do Instagram, por exemplo, aparece em diferentes tipos de conteúdo – coreografia, duetos, fundo para memes –, gerando engajamento em públicos diversos.

Uma pesquisa conduzida nos Estados Unidos em 2020 revelou que 52% das pessoas da geração Z (entre 13 e 23 anos) usavam apps como TikTok, e 48% delas consumiam vídeos postados ligados à música. No ano passado, a plataforma encomendou um estudo à Nielsen e 92% dos usuários afirmam descobrir conteúdos novos e que gostam.

O mesmo estudo mostrou que 73% de todos os usuários acham que a publicidade no TikTok é única e diferente e 61% que os anúncios se misturam com o conteúdo, o que faz com que a experiência seja fluída e o usuário tenha a mesma sensação de estar consumindo um conteúdo orgânico da plataforma.

A arte tem grande influência nessa associação da música ao entretenimento, conectando de maneira orgânica valores e conceitos de uma marca com a audiência. Para isso, usar a expertise de produtores musicais e cantores reconhecidos, influenciadores e celebridades, pode ser um caminho para fisgar o público – o que acontece, claro, se a pessoa convidada estiver engajada com o objetivo do projeto artístico proposto.

E existem algumas táticas para entreter seu target, as collabs são um exemplo disso. Estas parcerias têm como objetivo criar um laço entre marca, artista e público-alvo e uma forma atrativa e diferente de algumas empresas entrarem em um universo ao qual, muitas vezes, não se tem tanto acesso.

Algumas empresas podem ter a falsa impressão de que é preciso muito investimento para realizar essas parcerias. Mas, hoje em dia, há diferentes tipos de remuneração, entre elas: dividir o lucro, oferecer porcentagem de venda, o artista receber o crédito como parte da ficha técnica da produção da campanha etc. Muitas vezes esses artistas e influenciadores veem nessa colaboração uma maneira de viabilizar algum projeto pessoal. No marketing, estratégias assim são sensoriais e diferenciadas, e empresas como iFood, Dock Tech, Brahma, Natura, Coca-Cola, Samsung e RayBan já se aproveitaram disso.

A Dock Tech, por exemplo, uma das empresas líderes na América Latina em tecnologia para serviços financeiros, recentemente se juntou ao renomado DJ e produtor musical internacional Gui Boratto como parte da estratégia criativa de reposicionamento da marca. Durante três meses, Boratto trabalhou no desenvolvimento da faixa “Love To Share” e depois a lançou em todas as suas plataformas de streaming. A ação contou também com a influenciadora Chloë Marie, que tem mais de 56 milhões de curtidas no TikTok, e com o DJ Coppola, coprodutor da música.

Para trazer um artista para o seu negócio é preciso analisar minuciosamente os conceitos da empresa e conectá-los com o perfil do artista. Essa análise precisa levar em conta a credibilidade do mesmo. Algumas empresas acham que o custo dessa estratégia pode ser muito alto, mas a maioria não sabe que são várias as oportunidades para fazer isso acontecer.

Se apropriar da música como arte em uma ação estratégica de publicidade e marketing é, com certeza, uma escolha inteligente neste momento em que as redes sociais funcionam também como divulgadoras de novas tendências musicais e engajam a audiência usando a trilha sonora de diferentes maneiras.

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