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Transformação: o novo normal

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Opinião

Transformação: o novo normal

Unificação das marcas da Globo no Brasil e convergência de telecomunicações com mídia nos Estados Unidos respondem ao avanço de serviços como Netflix e WhatsApp


11 de novembro de 2019 - 11h00

(Crédito: Vladgrin/ iStock)

Maior conglomerado de empresas da indústria de comunicação na América Latina e um dos vinte primeiros do mundo, de acordo com ranking da ZenithOptimedia, o Grupo Globo oficializou na semana passada seu passo mais ousado no processo de reestruturação intensificado há dois anos — ou “jornada de transformação”, como prefere. A partir de janeiro, TV Globo, Globosat, Som Livre e Globo.com estarão unidas em uma só empresa, chamada Globo.

Motivado pela busca de agilidade, eficiência e atuação cooperativa na obtenção de melhores resultados financeiros, o grupo se movimenta para preservar a força que tem em audiência e no mercado publicitário, e, paralelamente, ocupar novos espaços abertos pela evolução digital e tecnológica.

Já havia indícios de que a união era questão de tempo, desde que o grupo lançou o programa “Uma só Globo”, em setembro de 2018, para o qual contou com a consultoria da Accenture. Na ocasião, adiantou que era plano para os três anos seguintes — o anúncio da semana passada é prova do empenho acelerado das atuais lideranças. Nos últimos anos, houve mudanças significativas em áreas-chave da holding, como a substituição de Roberto Irineu Marinho por Jorge Nóbrega na presidência executiva, no final de 2017, e em suas principais empresas, como no departamento de negócios da TV Globo, assumido por Eduardo Schaeffer em março. Ainda haverá desdobramentos, como a saída de Alberto Pecegueiro, atual diretor-geral da Globosat.

É notável o esforço da Globo na transformação de sua estrutura organizacional e de seu modelo de negócios, no qual, reconhece, “o conteúdo é a grande vantagem competitiva” e os produtos oferecidos ao público têm de ser “digitais, lineares e publicitários”. Premissas parecidas motivam a convergência entre empresas de telecomunicações e mídia nos Estados Unidos, enredo do último dos oito capítulos da série Next, Now, que nas semanas anteriores analisou o comportamento dos consumidores e as tecnologias disponíveis para projetar a evolução futura dos setores de varejo, imobiliário, finanças, entretenimento, carros, alimentação e higiene e beleza. Assim como os anteriores, o conteúdo sobre telecomunicações você encontra na edição impressa de Meio & Mensagem, com complementos em podcast e no site.

AT&T com Time Warner, Comcast com NBCUniversal e Verizon com Disney são parcerias que respondem, entre outras demandas, ao avanço de serviços como Netflix e WhatsApp. Esses casamentos ganharão impulso quando forem implantadas as redes 5G, próxima grande aceleradora do cenário que envolve distribuição digital de conteúdo, relacionamento direto com consumidores e competição em escala global.

O impacto da tecnologia e a busca por inovação é o novo normal não apenas em segmentos como os de telecomunicações e mídia, mas também em setores de práticas milenares, como a indústria farmacêutica. É o que mostra o primeiro capítulo da série Health e Wireless, que estreia na edição desta segunda-feira,11, e terá mais três capítulos. Além de plataforma digital específica no site de Meio & Mensagem, o conteúdo se completa com quatro vídeos — o primeiro deles já está no ar e aborda a adesão de anunciantes de outras áreas à pauta de saúde e bem-estar.

O contexto global de mudanças rápidas que impacta diversas indústrias movimenta também a peregrinação dos profissionais pelos eventos de inovação. Nesta edição, publicamos parte da curadoria feita pela equipe de cinco jornalista que acompanhou na semana passada, em Lisboa, o Web Summit, maior evento europeu do gênero. Relatos mais extensos e a contribuição de um time de mais de 30 colaboradores estão à sua disposição no site. Podem sair daí as próximas ideias transformadoras.

*Crédito da foto no topo: Reprodução

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