Nordeste lidera em proporção de mulheres em empresas abertas
Pesquisa do IBGC aponta perfil das lideranças femininas nas companhias de capital aberto no Brasil
Mulheres representam 37,8% dos empregados em empresas de capital aberto no Brasil, e a região com maior proporção de mulheres no corpo de funcionários é o Nordeste, com 38,6%, conforme destaca a nova pesquisa “Diversidade de Gênero e Raça de Administradores e Empregados das Empresas de Capital Aberto”, do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
Abaixo da região estão, respectivamente, Sudeste e Sul, ambas com 38,4% de representatividade feminina. A menor proporção está entre empregados no exterior, com 31,2%.
O estudo aponta que houve uma evolução lenta e pequena na proporção de mulheres na liderança de empresas de capital aberto no País. Apesar da grande maioria dessas organizações terem uma mulher nos conselhos e em diretorias (83% das empresas), elas ainda são minoria dentro destes fóruns. Dos mais de 6 mil cargos analisados, apenas 16% são ocupados por mulheres, um aumento de apenas 0,3 ponto percentual em relação a 2023. Já os homens representam 83,9% dos administradores.
Perfil das mulheres na liderança
Das 390 empresas analisadas, a maioria (63,9%) tem mulheres apenas em conselhos de administração, 30,8% em conselhos fiscais e 45% apenas na diretoria. Somente 3% das empresas de capital aberto contam com mulheres em ambos os postos (conselhos de administração e diretoria concomitantemente).
Entretanto, 16,9% dessas empresas ainda não contam com nenhuma mulher em seus conselhos ou na diretoria. O estudo revela que apenas 6,2% das presidências de conselho de administração e 8,4% das vice-presidências são ocupadas por mulheres. Nos níveis de liderança abaixo dos conselhos e da diretoria, a participação feminina chega a 30,9%. Em média, elas representam 21% dos assentos nos conselhos, 23,6% nas diretorias e 25,3% nos conselhos fiscais.
Entre as mulheres que ocupam cargos de liderança, 24% são diretoras, 17,9% atuam como conselheiras de administração independentes, 16,5% são conselheiras de administração e 10,3% têm o título de conselheira fiscal. No mais alto escalão, 22 mulheres ocupam o cargo de diretora vice-presidente (2,1%), 19 são presidentes do conselho de administração (1,9%), 14 são vice-presidentes do conselho (1,4%), 15 são diretoras presidentes (1,5%) e 12 presidem conselhos fiscais (1,2%).
Ao analisar os setores, observa-se que a indústria de saneamento e serviços de água e gás apresenta a maior participação feminina na administração, com 19%, seguida pelos bancos, com 18,4%. Por outro lado, os setores com menor representatividade são construção civil, materiais de construção e decoração (11,3%), e comunicação e informática (13,9%). Já em relação ao controle acionário, as empresas estatais têm a maior proporção de mulheres em conselhos e diretorias (19,3%), enquanto as empresas privadas apresentam a menor participação (15,7%).
A pesquisa ainda aponta uma disparidade etária entre os gêneros. As mulheres nessas posições têm, em média, 52 anos, enquanto os homens chegam a 57. Além disso, a idade mínima registrada para um homem na administração é de 24 anos, contra 29 anos para as mulheres.
Diversidade racial
Já na configuração de raça, os números seguem inalterados de 2023 para 2024. As pessoas brancas ocupam 82,6% dos cargos em conselhos e diretorias das empresas de capital aberto. O estudo destaca que 3,4% dos administradores são pardos, 1,1% amarelos e 0,5% pretos.
Entre os empregados, o número de profissionais negros aumenta: 33% são pardos e 10% pretos. Porém, em posições de liderança abaixo de diretoria e conselhos, o percentual cai para 23% para pardos e 5,3% para pretos.
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