DE 08 A 16 DE MARÇO DE 2024 | AUSTIN - EUA

SXSW

Eu sei que você conhece o ChatGPT, mas você conhece o Seasick Steven?

Eu sei que você conhece o ChatGPT, midjourney, Suro e tudo o que parece encantar e ameaçar ao mesmo tempo, um caldo feito de emoções


18 de março de 2024 - 10h09

Escrevo por último porque meu assunto de interesse acaba por último, e nesse ano, em especial, o conteúdo e a profundidade das palestras falaram sobre assuntos que em outros anos era uma novidade, uma suposição, um chute, uma previsão. Mas chegaram agora com uso na prática, em experiências já consolidadas, com estudos dos impactos no nosso dia em todas as áreas, além de como isso já está transformando.

Esse foi o brilho e a importância do SXSW 2024, já temos reflexões, estatísticas, perspectivas mais sólidas, precauções na vida cotidiana e não em uma fantasia do dia em que isso iria chegar. Já é, já chegou, já usamos e vamos usar cada vez mais, sem medo e mergulhado nesses momentos mágicos que, de tempos em tempos, a tecnologia nos abraça. Como quando com dois dedos na tela de um celular, aumentávamos uma imagem em uma foto.

Uma das palestras que me chamou interessou muito assisti-la foi “Enaibling AI Everywhere”. Fui lá pensando em qual conceito filosófico SCI-FI seria inserido, mas não, era o Vice-Presidente de Assuntos de AI da Intel falando de hardware, processadores direcionados a velocidade e capacidade brutal de processamento que precisam ter os novos processadores, o qual a nova geração se chama Gaudi. Que nome lindo. E foi lindo eu sair da fantasia e da imaginação para ver fisicamente onde o AI “mora”.

Uma das melhores desse ano, sem dúvida, foi “AI and Humanity’s Co-evolution with OpenAI’s Head of ChatGPT”. Primeiro porque o excelente entrevistador, Josh Constine, colocou Peter Deng educadamente na parede quanto ao futuro dos empregos e direito autoral, que então com sua carreira messiânica nas Big Techs, vendeu seu peixe colocando a AI e o ChatGPT como um turbo no nosso cérebro para raciocinar com o que precisa e deixar as ferramentas de AI nos dar informações instantâneas daquilo que não precisamos perder tempo e colocar o raciocínio para encontrar soluções e ter ideias à frente e em quantidade. Foi transformando o tubarão em um simpático peixe palhaço. Vamos ver…

Na música, deu assunto para uma tarde toda no Lady Bird tomando uma Ipa, vendo um show sentado no gramado e falar sobre as maravilhas que a inteligência artificial pode trazer para o novo momento, como controle de direito autoral e também as questões éticas, no painel que falava sobre a geração de 300.000 melodias por segundo pela AI e se isso é passível de copyright.

No final de tudo, de todo esse mundo paralelo vivido nessa semana no SXSW, trago uma reflexão para esse momento, para entender onde estamos. Eu sei que você conhece o ChatGPT, midjourney, Suro e tudo o que parece encantar e ameaçar ao mesmo tempo, um caldo feito de emoções.

Mas você conhece o Seasick Steven? O embrião da música, força da natureza, começo de tudo, um exemplar cristalino do nosso melhor, do encantamento extrassensorial com uma guitarra de lata com três cordas, uma caixa de madeira para bater com a bota e marcar o ritmo e nos fazer sentir os seres mais especiais do universo. Ali você percebe que a AI realmente é uma ferramenta, porque ela nunca será um Seasick Steven. Pode até copiá-lo, mas nunca vai chegar perto do nosso melhor, que é sermos humanos.

Publicidade

Compartilhe