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De 7 a 15 de março de 2025 I Austin - EUA
SXSW

Um oceano de conteúdos

Avaliando o tamanho do programa, a quantidade e a qualidade do conteúdo, pareceria que o caminho devesse ser mais para o norte do que para o sul


4 de março de 2024 - 13h38

Sul e norte, além de pontos cardinais, também se aplicam como termos de linguagem que definem quantidade, tamanho e qualidade, sobretudo no idioma dos gringos. Quando a coisa vai ‘para o sul’, quer dizer que ficou menor, pior, desceu, caiu. E quando vai para o norte, o contrário: aumenta, fica melhor, vai para cima. Nesse sentido, o SXSW me parece uma contradição em termos.

Avaliando o tamanho do programa, a quantidade e a qualidade do conteúdo, pareceria que o caminho devesse ser mais para o norte do que para o sul. É muita coisa. São muitas pessoas ilustres falando sobre uma infinidade de temas super relevantes. Assoberbado: esse é meu estado prévio. É tudo muito. É tudo over. É uma pletora: é norte. Ainda não consegui estruturar uma agenda minimamente exequível. Meu short-list de palestras demandaria dias de 36 horas e ainda precisa ser depurado até chegar em algo que minimamente respeite as leis da física.

O tema onipresente, claro, é Inteligência Artificial. Mas tenho apenas um keynote agendado sobre o assunto: ‘How To Protect Creativity in the Age of IA’ (11/03). Além disso, só posso compartir aqui alguns highlights, como o keynote dos Daniels, ‘How We Pulled Off Everything Everywhere All At Once’ (12/03), a apresentação da Natura ‘Bioeconomy: Thriving in the Amazon Rainforest’ (13/03) e o keynote dos The Black Keys, ‘The Black Keys’ (14/03).

De qualquer forma, me deparando com o gigantismo desse oceano de conteúdos inundando a planície do Texas e considerando que a língua é sempre um organismo em transformação, me pergunto se o SXSW pode se constituir naquele ponto de inflexão seminal de onde principia a mudança semântica: quem sabe no futuro o significado se inverta e o Sul passe a ser o mais, o acima, o muito.

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