40 anos e exaustos: o peso da geração que não pode parar
Eles não são mais tão jovens para se darem ao luxo de recomeçar do zero, nem tão experientes para se aposentar ou dar uma pausa

(Crédito: Unsplash)
Sabe aquela sensação de estar no meio do caminho da vida, com 40 anos, e sentir que tudo pesa demais? Pois é, a galera dos 40+ está vivendo isso na pele, e não é à toa que eles são os que mais adoecem de burnout hoje em dia. E não é só um cansaço qualquer, é um esgotamento que mexe com o corpo e a mente, resultado de uma série de coisas que a gente carrega e nem sempre para pra pensar.
Essa geração não é mais tão jovem para se dar ao luxo de recomeçar do zero, nem tão experiente ou estabilizada para pensar em se aposentar ou dar uma pausa. Claro que sempre tem exceções, mas a maioria está no meio do caminho, trabalhando pesado — muitas vezes mais de 44 horas por semana, segundo o IBGE. Além disso, os millennials são os mais endividados, segundo o Serasa, e ainda recebem os menores aumentos salariais. Ou seja, a pressão financeira é real e constante.
Além disso, essa geração cresceu num tempo em que “engolir o choro” era regra. Não se falava sobre sentimentos, nem se ensinava a lidar com eles direito. O resultado? Eles guardam tudo para dentro, e isso vai acumulando até explodir em ansiedade, depressão, insônia e até problemas no coração. Não é à toa que a faixa dos 40 a 49 anos lidera a prescrição de antidepressivos e o uso de remédios como benzodiazepínicos, segundo a OMS.
Enquanto isso, a geração Z, que cresceu já com internet e é mais aberta a falar sobre saúde mental, também sofre com ansiedade e pressão, mas tem mais facilidade para buscar ajuda e se cuidar. Já os 40+, que viveram a infância offline, a adolescência analógica e a vida adulta online, estão no meio de um turbilhão: viram o nascimento da internet, a bolha imobiliária, a crise climática e agora são cobrados para se manterem relevantes num mundo que muda rápido demais.
Vivemos numa sociedade que cobra demais, num mundo que muda o tempo todo, sempre com novas tecnologias que precisamos aprender, informações que precisamos ler, ver e ouvir, entre tantos outros fatores. Precisamos falar mais sobre saúde mental, sem tabu, e criar ambientes de trabalho que respeitem os limites das pessoas.
Empresas e governos têm que investir em políticas que valorizem o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, com jornadas justas e apoio psicológico acessível. É urgente que a gente aprenda a lidar com as emoções desde cedo, ensinando crianças e jovens a reconhecer e expressar o que sentem, para que não carreguem esse peso para a vida adulta.
E, por fim, sobre os 40+, vamos olhar com mais respeito e atenção. Eles não são invisíveis, nem ultrapassados. São pessoas que têm muito a contribuir, a ensinar e a aprender também.