Já pensou em incentivar o esporte feminino além do Dia Internacional das Mulheres?

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Opinião

Já pensou em incentivar o esporte feminino além do Dia Internacional das Mulheres?

Conheça maneiras de apoiar as mulheres no esporte durante o ano todo e pessoas a quem seguir para se manter informada


17 de março de 2023 - 9h47

Corinthians, atual campeão brasileiro e Paulista de futebol feminino (Crédito: Luiza Moraes / Staff images Woman / CBF)

O dia 8 de março acabou de passar e como sempre veio carregado de simbolismos e clichês. É aquele dia do ano em que vemos marcas, clubes, confederações, entidades, etc. se manifestarem sobre o quão importante as mulheres são em nossa sociedade e celebram o espaço conquistado, com frases repetitivas e discursos batidos. 

Ainda que seja inegável todos os avanços e conquistas dos últimos anos, muito ainda precisa ser conquistado para chegarmos a tão sonhada igualdade. Com as redes sociais, o esporte feminino ganhou mais voz e as desigualdades e boas iniciativas se tornaram mais visíveis com a mesma intensidade. 

Caminhamos a passos largos, é verdade. Mas ainda tem um caminho muito extenso para percorrermos. Para mim, o principal ainda é o que fazemos de fato para apoiar e investir no esporte feminino fora do discurso! 

Vale ressaltar que toda iniciativa é válida e é um passo em direção ao caminho da exposição e crescimento do esporte feminino, mas como as marcas podem realmente apoiar e sair do lugar comum do oportunismo que toma conta dos investimentos em datas como 8 de março? E o que cada um de nós pode fazer para acabar com essa sensação de que ainda há muita desigualdade? 

2023 é ano de Copa do Mundo feminina. Depois da campanha desastrosa da seleção masculina, o assunto é pauta para diversas marcas. Mas o que irá acontecer com esse apoio depois de 20 de agosto, quando a competição acabar? Apoiar o esporte feminino seguirá na agenda de CMOs? Ou será apenas mais uma onda passageira do oportunismo de momento? E você, como individuo, o que fará para apoiar? Irá assistir, comentar e falar sobre os jogos? 

E aqui nessa linha, cito o exemplo do Corinthians, que vem fazendo um trabalho excepcional com as “Brabas do Timão”, como carinhosamente é chamado o time feminino. Em iniciativas aliadas como a de realmente pensar, treinar e incentivar o time, colocá-lo para jogar no estádio principal e um bom trabalho de marketing, conseguiram atrair a atenção de patrocinadores e trazer bons públicos aos estádios, que rendem ao clube uma receita interessante. Não é mais só o discurso de ter um time feminino. Hoje, no Corinthians, o time feminino é de fato um negócio vencedor e que tem um plano de carreira para suas principais atletas e uma diretoria dedicada e respeitada dentro do clube. Para o Corinthians, o time feminino tem espaço e é assunto sério. 

Ainda seguindo o raciocínio de enxergar e valorizar os movimentos de mudança, vale destacar mais um fato relevante anunciado essa semana: pela primeira vez uma seleção de vôlei será comandada por uma mulher. A campeã olímpica Fofão irá comandar a seleção feminina sub-17 a partir de agora. Uma ex-atleta, dona de um passado vencedor na modalidade, oferece sua expertise em prol das novas gerações. É o tipo de mudança que queremos e que precisamos ver no esporte feminino. 

Mesmo com tantos avanços, ainda há tantas causas que precisam de apoio… Já citei aqui nessa coluna como as atletas vivenciam e são prejudicadas pela licença maternidade, por exemplo. O esporte feminino é riquíssimo e um terreno fértil de histórias inspiradoras e de superação. Por que não aproveitar para contarmos e valorizarmos essas histórias?! São ferramentas com um poder imenso para influenciar e motivar as novas gerações a seguir a carreira esportiva. E para mudar a cabeça de gerações mais antigas que talvez não enxerguem tanto potencial no esporte feminino. 

Cada um de nós pode tomar ações muito simples que são capazes de mudar a perspectiva do esporte feminino, principalmente os que são pais e têm o poder de influenciar as novas gerações para que enxerguem o esporte feminino como algo absolutamente rotineiro. E não como a geração de adultos atuais, que ainda precisa entender e falar sobre o assunto, sempre cheio de aspas. 

E, para isso, deixo um convite. Algumas ações simples que cada um de nós pode tomar para apoiar, incentivar e cada vez mais apoiar o esporte feminino: 

– Incentive, vá aos jogos ao vivo. Os jogos femininos são um ambiente extremamente tranquilo e agradável. E de níveis excelentes. Tenho certeza de que você irá adorar a experiência. 

– Leve seus filhos e filhas aos jogos para incentivar e para que eles assistam as mulheres jogando desde pequenos. Isso contribui para que eles cresçam nesse ambiente e encarem com a mesma emoção que assistem ao esporte masculino. O que muitas vezes é um tabu ou um esforço para nossa geração, passa a ser muito simples para as gerações seguintes se nós os incentivarmos da forma certa. 

– Siga, acompanhe, curta e comente os perfis e postagens das atletas e times femininos. Isso as ajuda a criar mais base, amplificar o trabalho e esforço de cada uma, além de ajudá-las a serem mais relevantes para marcas e assim poderem fechar contratos maiores de publicidade 

– Prestigie. Uma das principais queixas de diferentes marcas sobre o esporte feminino são as baixas audiências. Assista aos jogos, valorize as atletas e fale sobre o assunto. Pergunte aos seus amigos, fale sobre. Ajude a criar o hype em torno das competições femininas. 

– Acompanhe a imprensa que fala sobre o esporte feminino, principalmente as mulheres. Há jornalistas brilhantes, que trabalharam muito para colocar as mulheres em posição de respeito e igualdade na imprensa esportiva.  

Correndo o risco de ser injusta porque a lista é extensa, deixo aqui a dica de algumas mulheres incríveis que vêm fazendo a diferença e que valem a pena seguir: 

@correcttheinternet – destaque para esse aqui que é maravilhoso e corrige várias manchetes sobre os maiores atletas de todos os tempos quando uma mulher tem um feito maior 

@raisasimplic 

@indivisa 

@dibradoras 

@vergueirojulia 

@ivananegrao 

@marcelarafael 

@domitilabecker 

@oficialmarianabecker 

@weareangelcity 

@crisrozeira 

@crisgambare 

@thefemaleathleteproject 

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