Diminui concentração de prêmios em um único case
No ano passado, “Fearless Girl” somou 4 Grand Prix e 14 Leões e o australiano “Meet Graham”, 2 GPs e 27 Leões
Diminui concentração de prêmios em um único case
BuscarNo ano passado, “Fearless Girl” somou 4 Grand Prix e 14 Leões e o australiano “Meet Graham”, 2 GPs e 27 Leões
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24 de junho de 2018 - 10h10
Por Alexandre Zaghi Lemos e Bárbara Sacchitiello
Um aspecto importante do Cannes Lions 2018, resultado das mudanças implementadas pelo festival a partir desta edição, é a menor concentração de prêmios em um único case. No ano passado, “Fearless Girl” somou 4 Grand Prix e 14 Leões e o australiano “Meet Graham”, nada menos que 2 GPs e 27 Leões. Agora, duas campanhas que abordam a preservação ambientaram, ressaltando a importância da conexão da indústria da comunicação com assuntos que vão além do consumo e impactam o dia a dia das pessoas, saíram vencedoras de mais de um Grand Prix. “Palau Pledge”, da Host Havas, de Sydney, foi a preferida dos júris de Titanium, Direct e Sustainable Development Goals; e “Trash Isles”, da AMVBBDO, de Londres, conquistou o prêmio principal em PR e Design, ao propor transformar todo o lixo jogado no maior oceano do planeta em um país, com direito a bandeira, hino e reconhecimento na ONU.
Assim como ocorreu em 2017, brasileiros atuantes no exterior voltaram a conquistar Grand Prix. A ideia do case campeão de GPs, “Palau Pledge”, de criar um visto de comprometimento ambiental para os turistas que visitam a ilha do Pacífico – e que chegou a mudar, de fato, a lei local – teve criação do brasileiro Gustavo Vampré, que há dois anos é diretor de criação digital da Host Havas. Agora, quem vai a Palau deve apresentar, junto com o passaporte, um comprometimento em preservar os recursos naturais da ilha.
Um dos Grand Prix de Film foi para a campanha favorita “It’s a Tide Ad”, que fez sucesso no SuperBowl, em fevereiro. A criação da Saatchi & Saatchi de Nova York para P&G tem a dupla de brasileiros Rafael Segri e Kiko Mattoso. O júri de Film, liderado por Luiz Sanches, sócio e CCO da AlmapBBDO, concedeu um segundo Grand Prix, também para a P&G, pelo comercial “The Talk”, criado pela BBDO Nova York, que toca na questão do racismo com a mensagem “My Black Is Beautiful”. “Premiamos campanhas que acreditam na criatividade e que mostram como é possível criar mensagens inovadoras, impactantes, ao mesmo tempo em que convidam as pessoas a falar e refletir sobre assuntos importantes”, elogiou Sanches.
Em performance bem melhor do que a do ano passado, o Brasil conquistou seis troféus em Film, sendo um Ouro para o curta “Endless Stories”, da AlmapBBDO para Getty Images, com produção de Stink, Slikland e Punch Audio, que usando o conteúdo do banco de imagens conta a história da primeira derrota da carreira de Muhammad Ali, para Joe Fraziero, em 1971. A Propeg consegiu uma Prata, com “True colors”, para o Grupo Gay da Bahia, e houve ainda quatro Bronzes: dois para a Y&R (“Help-Cliff”, para o portal Athosgls, e “Astronautas 45”, para a Cepia) e dois para a F/Nazca S&S (“The Race”, para Sadia, e “Antropophagy”, para Pinacoteca do Estado de São Paulo).
Os dois premiados da F/Nazca foram inscritos pelas produtoras, respectivamente, Killers e Barry Company. Como integrante do Publicis Groupe, a agência também esteve sujeita ao plano de contenção de gastos que a holding aplicou no último ano, se ausentando de premiações e promoções. Com projetos inscritos por seus clientes, o Publicis Groupe conquistou ainda dois Grand Prix: o de Film, com a campanha de Tide, da P&G, e o de Media, com o projeto “Food love stories”, da BBH e Mediacom, de Londres, para Tesco. O financiamento do anunciante também garantiu uma Prata para a DPZ&T em Media, pelo case “Drive-thruck”, inscrito pelo McDonald’s.
A ausência quase total do Publicis Groupe contribuiu para que o Festival de Cannes tivesse em 2018 muito menos profissionais participantes, o que ficou visível, por exemplo, nos corredores do Palais des Festivals.
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