ESG na prática: somos parte do meio ambiente
ESG na prática é sobre movimentos que criam projetos e iniciativas que de fato mudem a maneira como as pessoas enxergam e agem no mundo
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22 de junho de 2023 - 16h27
Associada do Pacto Global da ONU desde 2015 e única representante do mercado de comunicação brasileiro a participar em 2019 do SDGs In Brazil, em Nova Iorque, este ano fui convidada para ser jurada do Cannes Lions International Festival, na categoria de Sustentabilidade e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, com a responsabilidade de julgar os melhores cases de impacto mundial positivo, que conscientizam sobre a importância de rever o propósito das nossas ações futuras e mais do que isso: colocar em prática e medir os esforços em busca dessas mudanças.
Muito além de um discurso que possa parecer megalomaníaco – pois não fazemos mudanças em nós mesmos e em nosso bojo carregamos o mundo – a busca é constante por construir um mindset e uma cultura que se importa com o macro, exercendo o papel que apresenta, pelo exemplo, soluções para empresas, colaboradores e fornecedores como agentes sociais ativos em diversas frentes.
Esta é a visão maior. A preocupação primordial é estarmos balizados pela referência mundial no que tange esse movimento de conscientização sobre as métricas ESG e os 17 ODS do Pacto Global da ONU. Esse bastião da sustentabilidade na avançada do crescimento descontrolado nos garante uma ideia de futuro melhor para todas as frentes que compõem o meio ambiente.
Com a essencial visão humana do mundo, e com as mais de oito bilhões de pessoas nele, o primeiro ODS é muito claro: erradicar a pobreza. Os próximos quatro acompanham esse cuidado com as pessoas, suas liberdades e direitos: fome zero, saúde e bem-estar, educação de qualidade e igualdade de gênero.
Daí o meu primeiro desafio como liderança: prover dentro do ambiente de trabalho caminhos para que colaboradores e fornecedores, por meio de suas funções e interações sociais, possam ter asseguradas para si e suas famílias estes ODS. Bem como o oitavo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, trabalho decente e crescimento econômico, que implica em prover postos e remunerar de acordo, ao passo que, em um ambiente competitivo a pleno, buscar crescer economicamente.
Pontuo estes primeiros objetivos do Pacto da ONU para abrir a veia mais importante para mim: as pessoas são agentes da mudança, mas tanto daquilo que elas emanam de dentro para fora, com aprendizados pelo exemplo e educação, quanto o que, como empresas, podemos prover a elas em respeito as suas contribuições e diretos inalienáveis. Reside aí o pilar central, de onde se parte para todos os outros ODS, os quais não pretendo pontuar um a um, mas que ressalto que, ao cabo de muito trabalho de base com os seres humanos, tão somente serão alcançados.
Desta forma, além de criar um local que acolhe pessoas por completo de suas existências, busco na minha atividade fazer brotar esperança, futuro e solução, ao invés de uma pilha de novos ‘problemas’ varridos para os mares e lixões do planeta.
Surge deste pensamento fazer a diferença com ações consistentes que começam dentro de casa e impactam positivamente a vida das pessoas e o meio ambiente. O objetivo é “ressignificar”. E fazemos isso aqui, com os resíduos gerados em nossos eventos, ativações e campanhas promocionais, a fim de transformar o que antes era ‘apenas’ lixo em cadernos, mochilas escolares, capas para notebooks, estojos, entre outros itens que são produzidos por comunidades que fortalecem a economia circular, empoderam mulheres e abastecem jovens carentes destes materiais.
Temos esse enorme desafio como sociedade, compreendendo o nosso papel de estar no comando de impactar na vida de diversas pessoas direta e indiretamente. Precisamos questionar, transformar e nos aprofundarmos em assuntos essenciais para buscar ser parte do todo em metas que são globais, no que diz respeito ao cuidado com o meio ambiente.
ESG na prática é sobre movimentos que criam projetos e iniciativas que de fato mudem a maneira como as pessoas enxergam e agem no mundo. São estes movimentos que transformam pessoas, que acabam por transformar o mundo.
Precisamos falar mais “sim” para a vida. E isso implica em deixar o comodismo de lado enquanto empresas, instituições, governança e, no limiar mais importante, como pessoas.
É nisso que acredito piamente e o que vou carregar para Cannes, representando o mercado brasileiro de comunicação, as mulheres da área e o nosso país.
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