Cannes 2023: criatividade em transição, IA, diversidade

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Cannes 2023: criatividade em transição, IA, diversidade

Festival Internacional de Criatividade de Cannes acontece no mês que vem e lideranças dividem suas percepções para a 70ª edição do evento


16 de maio de 2023 - 6h00

Festival de Cannes 2023

Em 2022, Brasil voltou pra casa com 70 leões, mas nenhum Grand Prix (Crédito: Reprodução)

No mês que vem, acontece o Festival Internacional de Criatividade de Cannes e o mercado publicitário já começa a se preparar para o evento. Em 2023, o Cannes Lions chega a sua 70ª edição e promete um ano comemorativo.

Em contrapartida, a edição passada foi marcada por tensões. O Greenpeace fez uma série de protestos durante o evento questionando as agências que trabalham com empresas que usam combustíveis fósseis.

Antes disso, o festival foi indagado a respeito da falta de diversidade no time de jurados brasileiros. Após as críticas, o Cannes Lions incluiu seis profissionais negros entre os brasileiros escolhidos para a participar da etapa de avaliação dos shortlists. E vem tomando uma série de medidas desde então.

Com relação aos trabalhos premiados, a pandemia da Covid-19 deixou de ser o destaque nos prêmios, mas muitos apontaram uma baixa na criatividade. O fenômeno seria fruto dessa transição pós-pandêmica.

O Brasil, por sua vez, voltou para casa com 70 leões. Mas não recebeu nenhum Grand Prix, o troféu máximo de cada categoria, considerado a “grande ideia” de cada área.

Criatividade em análise

Marcia Esteves, CEO e sócia da Lew’Lara\TBWA, acredita que este ainda será um ano de retomada na criatividade. “Melhor que em 2022, mas ainda não alcançando o nível pré-pandêmico. Estamos todos ainda nos readaptando a novas realidades que se estabeleceram pós pandemia”, opina a executiva.

CCO da WMcCann, Mariana Sá, foi jurada em Cannes no ano passado e defende que os trabalhos premiados nas principais categorias do festival indicavam uma nova direção para indústria, com iniciativas de longo prazo, o que ainda não era uma realidade no Brasil.

“Aqui no Brasil, vejo que estamos cada vez mais distantes de projetos de longo prazo, principalmente durante a pandemia. As empresas e agências estavam tentando entender e resolver os problemas de negócios do dia seguinte. Além disso, enfrentamos crises econômicas, políticas e sociais, o que torna o cenário mais desafiador para as empresas. Imagino que o cenário estará mais aberto para a criatividade e inovação neste ano”, aponta Sá.

Relevância e tecnologia

Quanto aos questionamentos sobre o posicionamento do festival e, sobretudo, a falta de diversidade entre os jurados, a pressão tem se mostrado efetiva.

“O resultado que temos hoje é que esta é a maior quantidade de jurados negros presenciais de toda a história do festival e presença de jurados negros na shortlist, além de ações afirmativas do festival junto ao Perifa Lions e ao Publicitários Negros. Foi desta forma que reverberou até este momento e eu realmente espero que continue reverberando neste caminho”, explica Dilma Campos, CEO e sócia da Nossa Praia e head de ESG da B&Partners.co, que foi jurada no shortlist de 2022 e integra o júri em Outdoor em 2023.

A aposta para esse ano é que temas ligados a responsabilidade social e sustentabilidade sigam cada vez mais presentes. Outro grande destaque deve ser a inteligência artificial. “A tecnologia com certeza continuará inserida em vários dos cases, já desde 2022 a AI vem apontando como uma tendência da comunicação e este ano acredito que sua presença será ainda mais forte”, aponta Campos.

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