Ilha de lixo, banco, quadra de esportes: cabe tudo em Design
Categoria rende 8 Leões ao Brasil e mostra como a ideia pode ser aplicada nas mais diversas formas
Ilha de lixo, banco, quadra de esportes: cabe tudo em Design
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Bárbara Sacchitiello
19 de junho de 2018 - 15h49
Imediatamente associada à forma e à plasticidade, Design é uma categoria na qual cabe uma infinidade de possibilidades criativas. A análise é do brasileiro Giovanni Vannucchi, que participou do grupo de jurados que selecionou os melhores trabalhos inscritos em Cannes neste ano.
Segundo o profissional, por ser uma área que não tem ainda muita tradição no Festival, Design vem, aos poucos, mostrando como pode inspirar trabalhos criativos variados, que tenham como propósito levar uma solução mais simples e fácil para as pessoas.
A lista dos premiados de 2018 mostra essa diversidade. O trabalho eleito pelo Grand Prix foi uma ideia da AMVBBDO, de Londres, de usar um elemento concreto para abordar um assunto de impacto ambiental. Após coletar dados a respeito da grande quantidade de lixo plástico jogada no oceano Pacífico, a agência calculou a extensão territorial que os resíduos teriam se estivessem juntos e decidiu criar a “Trash Isles”, uma fictícia ilha de lixo com direito a moeda, bandeira e até passaportes próprios. E mensagem era clara: a poluição dos oceanos é tamanha que apenas o lixo já formaria um novo “país”. Veja o case:
Segundo o jurado brasileiro, o case feito pela agência britânica prima pelo design em todas as suas faces. “Desde a concepção da ideia imaginária de uma ilha de plástico, até o cuidado do desenvolvimento das moedas locais, da bandeira e dos documentos do País, tudo teve um primor estético muito bom e um alinhamento com a ideia de transmitir uma mensagem de impacto”, comenta Giovanni.
Oito leões brasileiros
Neste ano, o Brasil conquistou 8 Leões em Design, em um desempenho superior a 2017, quando o País somou quatro troféus na categoria. A R/GA faturou uma Prata e um Bronze pelo trabalho “Next”, feito para o banco Bradesco. A Africa também ganhou 3 trofeus: uma Prata e um Bronze pelo trabalho “Inequality Balls”, para ESPN e outro troféu de Prata por “Hermeto – Made of Music”, para Ab Inbev. Também ganharam um Leão de Bronze a FCB Brasil, por “100 Things to Do in Brazil Before You Die”, para Estadão; David, pelo trabalho “Essa Coca é Fanta”, para a Coca-Cola e AlmapBBDO, com “Endless Stories” para Getty Images.
Na opinião do jurado brasileiro, a performance do País é boa, se considerada a quantidade geral dos prêmios. “O Brasil conquistou mais prêmios do que no ano passado e sabemos que neste ano a quantidade de inscrições diminui. Entao, vejo o desempenho das agências nacionais de forma positiva, inclusive porque os prêmios foram dados em diferentes subcategorias”, destaca.
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