Música, risadas e clima: como os dados servem à criatividade?
Categoria Creative Data, que rendeu 1 Prata ao Brasil para a AKQA, destaca trabalho que propõem experiências imersivas por meio de tecnologia e informações
Música, risadas e clima: como os dados servem à criatividade?
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Bárbara Sacchitiello
22 de junho de 2021 - 16h42
Embora o uso de dados esteja disseminado em praticamente todos os trabalhos de publicidade, o Cannes Lions possui uma categoria dedicada essencialmente a contemplar os trabalhos que consigam, através dos dados, construir narrativas criativas para as marcas e, com isso, proporcionar experiências para as pessoas.
Neste ano, os cases premiados em Creative Data propõem soluções para diversas questões com a combinação de inteligência de dados e seu uso de forma criativa. O Grand Prix da categoria, por exemplo, foi concedido ao trabalho “Saylists”, que utiliza músicas internacionais de grande sucesso como exercício para estimular e aprimorar a fala de crianças.
O trabalho foi desenvolvido pela Rothco, divisão da Accenture Interactive, para a gravadora Warner Music, na Irlanda e consistiu, inicialmente, no mapeamento de ais de 70 mil canções que fazem parte da biblioteca da Apple Music. A agência ajudou a identificar quais músicas traziam repetições de palavras e sílabas que são mais difíceis de serem pronunciadas na língua inglesa e montou uma playlist que tinha como público-alvo as criações. A proposta era fazer com que os pequenos fizessem um exercício de linguagem enquanto cantavam e se divertiam. Veja:
https://www.youtube.com/watch?v=VTlnpkC7n2w
Outro case, que mereceu um Leão de Ouro na categoria, é o “Laugh Tracker”, que usava as risadas como parâmetro de avaliação. A VMLY&R de Kansas, nos Estados Unidos, distribuiu a crianças do estado do Tennessee um aparelho que monitorava suas risadas, para que elas utilizassem enquanto passeavam por alguns pontos turísticos e de lazer do estado. Com base nas informações geradas pelas gargalhadas, a agência e associação e turismo do Tennessee conseguiram elaborar um mapa dos locais mais divertidos da região – comprovados, de fato, pela intensidade das risadas das crianças. Veja:
Além da diversão, os cases da categoria também mostraram que é possível fazer uso de dados para falar sobre temas sérios da sociedade. A Markenfilm Crossing, de Hamburgo, na Alemanha, transformou as mudanças climáticas em sons. Por meio do trabalho de uma equipe de desenvolvedores, a agência analisou e decodificou as transformações do clima em um período de 300 anos, conferindo-lhes um áudio correspondente, no case “For Seasons – Composed by Climate Data”. Os sons foram adaptados à obra Four Seasons, de Vivaldi, que ganhou um novo arranjo para refletir as mudanças do planeta. A peça, que foi criada para a NDR Elbphilharmonie Orchestra, recebeu um Leão de Ouro. Veja:
O Código da Consciência Brasileiro
O Brasil conquistou uma Prata em Creative Data para o trabalho “Código da Consciência”, da AKQA para o Instituto Raoni. A ação consistiu no lançamento de um software de código aberto chamado Code of Conscience. A ideia é restringir o uso de veículos pesados em áreas protegidas, como a Amazônia. O código combina o sistema de GPS existente nas máquinas com o banco de dados das áreas protegidas, detectando se elas entrarem em uma área onde não deveriam estar. Além de ter rendido um prêmio em Creative Data, o case ainda é finalista em Innovation. Veja:
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