Quais são os caminhos para tornar a IA confiável?

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Quais são os caminhos para tornar a IA confiável?

Gabriel Vallejo, revenue growth SVP Latin America da Oracle, e Monica Czeszak, gerente de contas sênior da Edelman, discutem papel das empresas em ampliar acesso e credibilidade da IA


4 de junho de 2024 - 14h49

As empresas de tecnologia têm um histórico de estar entre as mais confiáveis, porém o setor tem apresentado oscilações. É o que mostra a edição de 2024 do Edelman Trust Barometer. O comprometimento da confiança da sociedade global, no geral, se torna ainda mais evidente na efervescência da inteligência artificial.

democratização ia

Gabriel Vallejo, revenue growth SVP Latin America da Oracle, e Monica Czeszak, gerente de contas sênior da Edelman (Crédito: Eduardo Lopes/Imagem Paulista)

Dos 28 países consultados pelo levantamento (com mais de 30 mil respondentes), em apenas 11 o setor de tecnologia fica em primeiro lugar no quesito. Apesar disso, nem toda tecnologia gera desconfiança – a decisão do indivíduo depende do grau de maturidade das inovações. No caso da energia limpa, por exemplo, a confiança tende a ser maior.

Mas esse ainda não é o caso da IA generativa, dado o seu grau de novidade. “Inovação no geral causa desconfiança. As pessoas querem entender o que é aquilo, como vai beneficiar e como vai ser aplicada e regulamentada”, explicou Monica Czeszak, gerente de contas sênior da Edelman. De acordo com ela, isso não indica que a inovação está em risco, mas que há um caminho a ser trilhado junto aos consumidores.

A regulamentação tem sido um quesito importante para a sociedade e pode servir como termômetro para a confiança. O relatório mostra uma alta demanda dos brasileiros (59%) por parcerias público-privadas, ou seja, buscam uma unificação para implementar inovações.

Gabriel Vallejo, revenue growth SVP Latin America da Oracle, apontou para o fato de que a movimentação governo e sociedade representa um desafio a nível global, uma vez que a IA generativa tem casos de uso mto novas e com muitas possibilidades, como transporte e saúde, que contam desafios bastante distintos e singulares. “Falar de IA sobre o contexto prático pede a responsabilidade, mas ao mesmo tempo precisamos olhar com bons olhos para isso”, disse.

Receios e alternativas

A pesquisa da Edelman chama atenção para o fato de que ⅓ acredita ter controle sobre como a AI afeta sua vida. Contudo, 44% da amostra teme que a tecnologia desvalorize o ser humano, enquanto 41% cita o quanto ela pode ser nociva para as pessoas. “Precisamos discutir o uso da IA, explicar seus benefícios, conversar sobre como estamos lidando com implementações e casos de uso. Precisamos lembrar que o uso da IA nao é pessoal”, citou gerente de contas sênior da Edelman.

Ainda que a IA generativa tenha sido como um “Big Bang e a descoberta da cura para uma doença”, conforme classifica Vallejo, ele lembra que a IA em si já é aplicada há algum tempo, como acontece em recomendações em sites de e-commerce e outros usos. Mais do que a criação de conteúdo, como a indústria vê como um boom, o mercado vem criando formas de se gerar valor.

Outro papel das empresas é a transparência – dado o fato de que conforme aumentam as inovações em IA, diminui a confiança nas empresas de tecnologia. “Nós, como comunicólogos, e empresas como líderes dessa inovação e implementação, temos que nos posicionar de forma a nos comunicar e realmente sermos transparentes”, salienta Monica.

A democratização – e aceitação – da tecnologia passa também pela educação. Dada a velocidade que chegou nas mãos do consumidor comum, o revenue growth SVP da Oracle citou a importância da educação tanto do público externo, quanto interno. Para ele, a IA não vai substituir as pessoas, mas sim as que não souberem usar a IA: “Boas perguntas atraem boas respostas”, disse Gabriel.

Por isso, é preciso criar uma cultura de inovação – ainda complexa, devido a uma aversão ao risco, aliada a uma estrutura de uso de dados consciente. Talentos também representam um percaço para as companhias. São poucos os que podem se intitular experts em IA generativa, daí a importância de investir nos colaboradores internamente.

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