Síntese e inspiração

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Opinião

Síntese e inspiração

Em meio à emoção dos vencedores e ao reconhecimento ao trabalho de profissionais e marcas indicados, Caboré reforça movimentos inexoráveis para futuro da indústria


9 de dezembro de 2019 - 13h59

Caboré 2019 (Crédito: Denise Tadei)

Para muitos, o Caboré é a última grande festa do ano da indústria da comunicação, marketing e mídia. Já para indicados e, especialmente, vencedores, a 40ª edição, realizada na semana passada, em São Paulo, é um marco inesquecível nas carreiras profissionais e trajetórias empresariais. Nascido em 1980 com a finalidade de homenagear contribuições relevantes para o avanço do mercado, o Caboré conseguiu muito mais que isso. Ilumina referências, aponta tendências e, dessa forma, influencia destinos — um caso raro de reconhecimento histórico que acaba por mudar a própria história, como também ocorre com a principal inspiração de premiações como esta, o Oscar, decisivo para bilheterias, cachês e reputações.

Uma das leituras possíveis sobre o resultado do Caboré 2019 é a de que a premiação foi uma síntese de movimentos relevantes para toda a indústria que, se não surgiram neste ano, se intensificaram de forma inexorável para o futuro: a necessidade constante de vigilância pela liberdade de expressão, o poder da mídia out-of-home e o apelo por mais inclusão nas equipes, com destaque para a importância de mais lideranças femininas.

Não só nos Caborés recebidos por mulheres, a questão da equidade de gênero pautou muitos discursos, como os de Debora Nitta, do Facebook, eleita Profissional de Veículo (“Que a gente consiga abrir as portas das empresas e das agências para a mudança, com mais mulheres, com mais homens negros, e, assim, ter de volta mais orgulho, mais admiração e mais prazer de ser publicitário”); Preta Gil, da Mynd, vencedora em Serviço de Marketing (“A diversidade é o que move uma agência onde as mulheres são maioria”); Tiago Lara, da Leo Burnett Tailor Made, ganhador como Profissional de Planejamento (“Tenho muito orgulho de participar de uma geração de publicitários que encara um mercado que se reinventa e não tolera assédio, abuso e não ter diversidade”); e a eleita como Profissional de Criação, Andrea Siqueira, da BETC/Havas (“Como líderes, nós temos uma obrigação muito grande de lutar por mais diversidade, por um mercado mais colorido”).

Sedimentado como terceira força da mídia, o out-of-home comemorou as vitórias de Daniel Simões, CEO da Eletromidia, como Dirigente da Indústria, e da Elemidia, como Veículo de Comunicação — Plataforma de Mídia. O CEO da empresa, Eduardo Alvarenga, se disse orgulhoso de fazer parte de um setor que era fragmentado, pequeno, mas “vem se renovando, transformando e colocando tecnologia e criatividade a serviço do mercado”. A defesa da liberdade de expressão pode ser vista na vitória da Globo como Veículo de Comunicação — Produtor de Conteúdo e no agradecimento de seu diretor-geral Carlos Henrique Schroder, que enalteceu o “jornalismo profissional, de credibilidade e isenção”; na fala da CEO da Conspiração, Renata Brandão, ganhadora do Caboré de Produção, para quem produtores de conteúdo, cineastas e artistas passam por um momento em que precisam se reafirmar como indústria que emprega milhões de pessoas e contribui para o PIB do País; e também do homenageado especial, Washington Olivetto: “Precisamos lutar para que não seja destruído em pouco tempo aquilo que demorou anos para ser construído”.

O reconhecimento à contribuição histórica de Olivetto para a indústria suscita outra característica inerente ao Caboré: a valorização de trajetórias sólidas.

Em um cenário de turnovers acelerados, Carolina Sevciuc, vencedora na estreante categoria de Profissional de Inovação, está na Nestlé há 12 anos; mesmo tempo de Tiago Lara na Leo Burnett e do Profissional de Atendimento do ano, Leo Balbi, na Y&R. Ganhador como Profissional de Mídia, Fabio Urbanas integra a equipe da AlmapBBDO há oito anos.

Em sua 40ª edição, o Caboré cumpriu novamente sua missão principal de destacar profissionais e empresas que contribuem para a comunicação mercadológica capaz de influenciar positivamente o desempenho de grandes marcas e, assim, impactar o consumo e os hábitos do público. Somando doses de reconhecimento histórico com farol apontado para o futuro, o prêmio foi, mais uma vez, como definiu a vencedora Debora Nitta, uma “celebração da inquietude”, que pode inspirar jornadas de transformação.

*Crédito da foto no topo: Denise Tadei

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