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Opinião

Não vamos parar mais de (nos) transformar!

Para reimaginar tudo o que fazemos e continuar nesse processo, penso que o melhor exercício continuará sendo o da humildade


20 de outubro de 2020 - 13h28

(Crédito: Blacksalmon/ iStock)

Estes dias estava conversando com o meu time sobre o planejamento para a área de transformação digital e resgatamos a missão que construímos juntos há uns dois anos para verificar se seguíamos realmente respondendo a ela. E observamos que tudo o que aconteceu nos últimos meses, reflexo de uma situação inusitada para todo o mundo, mudou também aquele olhar anterior sobre os planejamentos e as nossas entregas. Depois de alguma discussão, entendemos que o plano é para agora. Porque as mudanças estão ocorrendo neste minuto.

Passada as ondas gigantes que todos tivemos de enfrentar, sem prancha nem salva-vidas, penso que a área de transformação digital poderia ganhar até outro nome que faça mais sentido. Muito já se falou que a pandemia provocou a aceleração da digitalização nas empresas. Divulgada recentemente, a pesquisa CEO Outlook Brasil 2020 mostrou que, para 40% dos presidentes de empresas no Brasil, o progresso da área foi acelerado em questão de meses. E 27% disseram que o avanço foi tão grande que colocou seus negócios anos à frente do que esperavam estar hoje. Por isso, é muito possível que a transformação digital — que, de fato, teve de se movimentar em altíssima velocidade — vire simplesmente transformação, mirando o crescimento com inovação.

Neste contexto, vamos trabalhar cada vez mais com times interdependentes e bem diversos. Acredito que isso será a essência para a inovação em todas as frentes. Este mês, inauguramos um centro de inovação e tecnologia (CIT) no polo de São José dos Campos (SP), pensando exatamente nas infinitas possibilidades que nos abre e o quanto nos ajudará a fomentar e a acelerar a cultura da inovação em todos os níveis da empresa. Ter um espaço ali vai nos permitir manter o diálogo consistente com o ecossistema de inovação — interno e externo — para uma agenda que inclui pessoas, tecnologias e modelos de negócio. E que, com certeza, vai nos provocar para avançar nessa transformação em busca de soluções conjuntas que tenham impacto para os negócios e para a sociedade. Ou seja, crescer com inovação.

O convidado especial para a inauguração do centro, Silvio Meira, cientista-chefe da TDS.company, professor extraordinário da CESAR.school e presidente do conselho do portodigital.org, falou que a transformação deve ser prioridade da liderança e que as pessoas precisam adquirir novas habilidades. Concordo totalmente com o Silvio e acredito que a inovação aberta impulsiona essa mudança mais profunda. Porque traz agilidade e, ao mesmo tempo, ajuda a formar talentos com competências diversas, estimulando a colaboração dentro de casa, mas sempre trazendo o olhar externo.

O fato é que não sabemos ao certo o que vai ficar de todo esse período intenso que vivemos há quase nove meses. Nem o que realmente virou hábito. O psicólogo Jeremy Dean (autor do livro Making Habits, Breaking Habits: Why We Do Things, Why we Don’t and How to Make Any Change Stick) chegou à conclusão, a partir de alguns estudos, que precisamos de 66 dias, em média, para adquirir um hábito novo. É claro que esse número varia de pessoa para pessoa e, também, do hábito! Mas podemos pensar que já tivemos tempo suficiente para adquirir algum nessa longa quarentena pela qual todos temos que passar.

Para reimaginar tudo o que fazemos e continuar nesse processo de transformação, penso que o melhor exercício continuará sendo o da humildade. Se possível, com alguma ingenuidade para, de verdade, aprender todos os dias.

*Crédito da foto no topo: Mfto/iStock

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