Diretor vê Cidade dos Homens como “Boyhood” brasileiro
Doze anos depois, série volta à tela da Globo em coprodução com a O2
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Bárbara Sacchitiello
13 de janeiro de 2017 - 16h31
Embora longe dos olhos do público há 12 anos, Acerola e Laranjinha – a dupla protagonista da série Cidade dos Homens – não deixou de evoluir, crescer, aprender e enfrentar todos os desafios inerentes à população que reside nas comunidades do Brasil. Resgatar essa lacuna na vida dos personagens da ficção e conectá-la com o espectador e o momento atual do País é a tarefa que dominou a rotina do diretor Pedro Morelli nos últimos meses.
Ao receber da Globo e da O2 (coprodutora da série) a missão de retomar o projeto de dramaturgia Cidade dos Homens – série que foi exibida entre 2002 e 2005 – Morelli dedicou-se a tarefa equilibrar a essência da trama com a inclusão de elementos e impressões que registrassem a passagem de tempo de mais de uma década. “O fato de ser o mesmo elenco e os mesmos personagens já trazem esse resgate do tema da série. Mas também era preciso fazer uma atualização, sobretudo do ponto de vista estético e também de alguns elementos da ficção”, explica o diretor.
Alguns exemplos práticos dessa atualização, de acordo com Morelli, estão ligados à estrutura técnica e estética da produção. A “câmera na mão”, que se tornou marca registrada das temporadas anteriores da série, volta a marcar presença, mas de forma menos frenética. A presença da polícia nos morros cariocas, que há mais de uma década não era realidade, também foi inserida no contexto.
Mostrar na telinha a evolução da amizade da dupla de amigos – que, agora, trocaram as preocupações dos primeiros amores e da diversão pela preocupação com os filhos – soou como algo simbólico ao diretor. Em 2003, quando a Globo apresentava a segunda temporada da série, era seu pai – o diretor Paulo Morelli – o encarregado de dar as nuances dos garotos Acerola e Laranjinha. Paulo Morelli também fez a adaptação cinematográfica da história, assinando a direção do longa Cidade dos Homens, em 2007. “A missão de dar continuidade a uma história que já foi dirigida por nomes como Fernando Meirelles, Cao Hamburger e também pelo meu pai é uma responsabilidade muito grande. O próprio fato de a história agora contar sobre os filhos dos personagens traz uma rima simbólica com meu papel, depois de meu pai. É uma grande alegria mostrar o crescimento desses personagens nessa espécie de Boyhood brasileiro”, compara Pedro Morelli.
Em 2005, após a exibição de sua quarta – e, até então, última temporada na TV – a série chegou a disputar o Emmy Internacional, nos Estados Unidos.
Nova visão da favela
Na opinião do diretor, não foi apenas a ficção que mudou ao longo dos doze anos de hiato da série. A relação dos espectadores com as comunidades urbanas também é diferente. “Nesses anos, a favela foi muito retratada em novelas, seriados e diversos programas e a maneira como a população vê e se identifica com esses ambientes é bem diferente do que no passado. Hoje não é mais necessário descrever a comunidade e mostrar suas particularidades pois as pessoas já conhecem aquilo. Isso abre espaço para explorar o contexto humano e as histórias de vida das pessoas comuns que fazem parte dessas comunidades”, pontua.
Nessa retomada, o lado humano será explorado por meio de um conflito, que envolve o filho do personagem Laranjinha e o impasse entre a preservação dos valores éticos e a salvação da família. Escrita por George Moura e Daniel Adjafre, a quinta temporada de Cidade dos Homens terá quatro episódios de duração e estreia na noite de terça-feira, 17. Embora sinalize que existe uma vontade, tanto da Globo quanto da O2, de continuar contando a história da dupla em novas temporadas, Morelli afirma que nenhuma decisão a esse respeito ainda foi tomada.
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