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Canais fechados apostam nas plataformas digitais e em ex-atletas para levar a experiência do evento para os assinantes
Canais fechados apostam nas plataformas digitais e em ex-atletas para levar a experiência do evento para os assinantes
25 de julho de 2016 - 15h51
Reportagem publicada na edição Meio & Mensagem Marketing na Olimpíada em novembro de 2015.
Por Fernando Murad
A cobertura dos Jogos Olímpicos dos canais esportivos da TV paga apresentará um desafio para os assinantes: encontrar tempo para acompanhar todas as disputas das 42 modalidades. Com mais de duas dezenas de canais com transmissões ao vivo na TV e outros tantos nas plataformas digitais, BandSports, ESPN, Fox, SporTV e até mesmo Esporte Interativo — que não tem os direitos, mas apostará numa forte cobertura jornalística — estão em busca da medalha de ouro de melhor transmissão.
Media sponsor, o SporTV elevará de três para 16 o número de canais disponíveis no line-up das operadoras. Os tradicionais SporTV, SporTV 2 e SporTV 3 terão exibições ao vivo trianguladas com âncoras dos estúdios. O SporTV 4, por sua vez, será dedicado ao noticiário do evento. Além disso, outros 12 canais serão segmentados com disputas de acordo a preferência dos telespectadores.
“A Olimpíada ser no Brasil muda muito. Não dá para esconder que o planejamento é maior. Avaliamos as possibilidades para melhorar a cobertura. Nosso conceito é que o SporTV comprou todos os ingressos e os assinantes são os convidados dos Jogos. Queremos tangibilizar a experiência que o Rio terá para todo mundo. Teremos até 56 canais num experiência multitela com serviço diferenciado”, afirma Bianca Maksud, gerente de marketing do SporTV.
“Desde o lançamento do projeto comercial houve um grande interesse das marcas e a expectativa em relação aos investimentos dos patrocinadores é muito positiva”, complementa Fred Müller, diretor executivo comercial da Globosat. O SporTV negociou cotas de patrocínio com Bradesco, Nissan, Claro, Correios e McDonald’s.
Assim como na Copa do Mundo de 2014, o intercâmbio entre as ESPN de todo o mundo fará parte da cobertura dos canais no Brasil — todas compartilharão o mesmo espaço no centro de imprensa e também um estúdio externo no Rio de Janeiro. Os canais ESPN, ESPN Brasil e ESPN+, além do WatchESPN na internet, transmitirão, principalmente, vôlei, basquete, natação, atletismo e judô.
“A Olimpíada é uma oportunidade única. É a chance de cobrir um evento de porte gigantesco em nosso próprio país. Vamos garantir que a nossa cobertura seja única e especial, afinal, não somos os únicos a transmitir o evento”, conta German Hartenstein, diretor-geral da ESPN, que fará um road show pelas maiores agências do País para apresentar o plano comercial (que inclui sete cotas máster e um top de cinco segundos).
A cobertura da ESPN começou com um programa de contagem regressiva quando faltavam 500 dias para os Jogos. Já desde agosto a emissora tem um programa mensal, Segredos do Esporte, com Paulo Calçade, Magic Paula, Fernando Meligeni e sempre dois convidados. Ainda testão previstos um programa especial de cem dias e outro de 50 dias para a Rio 2016.
Além disso, o time de comentaristas foi reforçado com Zé Marcos e Jackie Silva (vôlei de praia), Maurício Lima e Ana Moser (vôlei), Flávia Delaroli (natação), Marcio Prudêncio (atletismo), Diogo Silva (taekwondo), Camila Comin (ginástica) e Juliana Cabral (futebol). No caso do SporTV, além dos ex-atletas nacionais que já integram seu elenco, como Carlão, Nalbert, Sandra Pires e Marcelo Ferreira, a equipe ganhará reforços internacionais. Dentre os nomes confirmados estão Nadia Comaneci, Carl Lewis, Javier Sotomayor, Sebastian Coe e Greg Louganis.
Os craques estrangeiros também estão nos planos da Fox Sports, que fará sua primeira cobertura olímpica no País e utilizará seus dois canais. Em sinergia com as coirmãs da América Latina que estarão concentradas na nova sede da emissora na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro (a inauguração do prédio acontecerá próximo da Olimpíada), a Fox terá uma série de ex-altetas da região e espera contar ainda com pelos menos dois comentaristas norte-americanos: um para o atletismo e outro para o basquete.
A equipe local, por sua vez, passará por um treinamento para transmitir as mais diversas modalidades. A partir de fevereiro serão realizadas clínicas com especialistas para editores, produtores, comentaristas e narradores. Em outra frente, a Fox pretende instrumentalizar os assinantes para o envio de materiais relevantes em áudio, foto e vídeo pelas redes sociais para enriquecer as transmissões.
“Nossa aposta é na alegria. Fizemos a Copa nesse contexto. Teremos a discussão e a crítica esportiva, mas sem perder o clima da festa que inclui a alegria de participar. Assim como no Mundial de 2014 teremos narração com um estilo diferente. Isso engajou o púbico e queremos repetir o sucesso”, projeta Eduardo Zebini, vice-¬presidente sênior de programação, conteú¬do e marketing da Fox no Brasil. O plano comercial da emissora inclui cinco cotas máster e outras propriedades menores.
No caso do BandSports a cobertura começou logo após a Copa de 2014 com programas especiais como o Maratona e o Vila Bandsports. Além disso, os noticiários regulares incluem reportagens e colunas especiais sobre o tema. “A carga de conteúdo aumenta já a partir de janeiro, com novos programas e maior espaço jornalístico. O canal também contará com um estúdio dentro do IBC, além de outros pontos de entrevistas e ações na cidade do Rio de Janeiro”, afirma Humberto Candil, diretor executivo de esportes do Grupo Bandeirantes.
As transmissões irão privilegiar as modalidades que tradicionalmente ocupam a grade do canal, como tênis, basquete, vôlei e atletismo. A programação durante o período será totalmente voltada para a Olimpíada. A equipe, por sua vez, foi reforçada com novos repórteres, produtores, narradores e comentaristas, e outros nomes ainda serão contratados. “Temos certeza do interesse dos assinantes pelo tema e vamos oferecer a melhor cobertura olímpica já feita pelo canal”, projeta Candil.
Compromisso com o fã
O fato de não ter os direitos de transmissão não diminui a responsabilidade do Esporte Interativo (EI) com a cobertura dos Jogos, segundo Fábio Medeiros, diretor de conteúdo do canal comprado pela Turner em janeiro deste ano e que ainda negocia para entrar no line-up das duas maiores operadoras de TV por assinatura — Net e Sky. “Temos o compromisso com o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e o Ministério (do Esporte) de ajudar a criar ídolos e conquistar patrocínio e não só falar do tema de quatro em quatro anos. O público reconhece que a emissora dá espaço para todos os esportes. Temos direitos de eventos de esportes olímpicos que transmitimos ao longo do ano”, diz Medeiros.
A cobertura do EI começou em 2014 com a estreia de um programa diário e se intensificou a partir dos Jogos Pan-Americanos Toronto 2015. Há uma equipe dedicada exclusivamente aos esportes olímpicos e dois programas disponíveis para a TV aberta e fechada: Boletim de Ouro (diário) e Caminho do Pódio (semanal). A um mês do início dos Jogos o canal inaugurará um estúdio panorâmico em frente ao Parque Olímpico onde os âncoras comandarão a cobertura pré e pós eventos e receberão atletas. Serão dez equipes de reportagens dedicadas à cobertura in loco da competição. O time de comentaristas, que já conta com o ex-treinador da seleção brasileira de vôlei Radamés Lattari, deve ser reforçado com quatro ex-atletas.
Um pilar importante da estratégia do EI é a rede social, onde mantém parceria com 50 atletas que estarão na disputa dos Jogos Olímpicos. Dentro dos limites estabelecidos pelas entidades, esses atletas compartilharam conteúdos com os telespectadores do canal. “Tivemos vídeo da seleção de handball recebendo a medalha no pódio. No Pan, a Paula Pedrão (da seleção de vôlei) fez um vídeo no vestiário. É uma forma diferente, criativa e mais conectada que gera maior engajamento. Acompanharemos a competição com o olhar do atleta”, conta o diretor de conteúdo. A pacote comercial de cobertura do Esporte Interativo já negociou uma cota com o Bradesco.
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