Opinião

A reta final de 2025: o sprint das marcas na experiência do consumidor

O último trimestre do ano reúne emoção, consumo e propósito -- e representa grande oportunidade para marcas criarem impacto real

Rodrigo Malandrino

Head de novos negócios da Fibra.ag 24 de outubro de 2025 - 18h53

O ano entra em sua reta final, e com ele chega o período mais simbólico e emocional do calendário. De outubro a janeiro, o comportamento muda, a rotina cadência e o público se torna mais aberto à experiência. É a temporada em que consumo e sentimento caminham lado a lado. As oportunidades são muitas: Dia das Crianças, Black Friday, Salão do Automóvel, Natal, Ano Novo e o início das férias de verão.

Para o mercado de brand experience (BX), esse é o último grande palco do ano. O momento de transformar presença em lembrança. De converter emoção em resultado. O Dia das Crianças inaugura esse ciclo com a força da nostalgia. Mais do que uma data de presentes, tornou-se um convite ao resgate da memória afetiva. Adultos que voltam a ser crianças por um instante, marcas que encontram nesse gesto uma oportunidade genuína de conexão. Experiências que misturam ludicidade e tecnologia, criando pontes entre gerações e lembranças que se transformam em vínculos.

Logo depois, a Black Friday assume o protagonismo do consumo. Mas o jogo já não está mais na disputa por descontos, e sim na criação de valor. O consumidor quer ser parte de algo — quer participar, descobrir, viver a compra. É a era do retailtainment: a loja física como palco, o digital como extensão, o storytelling como motor de engajamento. Quem entende isso transforma o ato de comprar em um ato de experiência.

O Salão do Automóvel surge como o grande reencontro da inovação com o público. Mobilidade, tecnologia e sustentabilidade se unem em torno de um novo olhar sobre o futuro. As marcas automotivas compreendem que já não vendem apenas carros, mas estilo de vida, visão e propósito. O evento volta como um espaço privilegiado para experiências imersivas e narrativas que projetam o amanhã.

Dezembro chega como o ápice emocional do ano. O Natal é o ponto máximo dessa curva, quando o consumo é guiado pela emoção. É o período em que o afeto se torna ativo de marca. Campanhas que inspiram generosidade, experiências que celebram a coletividade e ações que despertam o melhor das pessoas produzem valor simbólico e emocional. São marcas que deixam de apenas anunciar e passam a significar.

Na virada do calendário, o Ano Novo traz um sentimento universal de recomeço. É o momento da esperança, da leveza, da busca por propósito. Marcas que traduzem essa energia em experiências inspiradoras constroem laços que atravessam o calendário. Porque no fim, o público não quer apenas consumir, quer começar o ano se sentindo bem. E as marcas podem ser parte desse ritual coletivo.

Dentro das empresas, as festas corporativas ganham novo papel. Deixaram de ser celebrações formais para se tornarem instrumentos de cultura. Um espaço de reconhecimento, propósito e pertencimento. Experiências que reforçam valores e fortalecem a marca de dentro para fora.

E, por fim, o verão. A temporada em que o Brasil vive ao ar livre. Um cenário de encontros, viagens, festivais e descobertas. Para as marcas, é a chance de fazer parte da vivência real das pessoas. Não em formatos de mídia, mas em experiências que respiram o mesmo clima de liberdade, alegria e conexão.

De outubro a janeiro, o país se transforma num grande palco emocional. É o período em que as marcas têm sua última oportunidade no ano de criar impacto e encerrar com relevância. Depois disso, o mercado muda de ritmo, os orçamentos se fecham, o consumidor se volta para o novo ciclo.

Ainda há tempo para construir resultados em 2025, mas o tempo é curto.As marcas que souberem aproveitar essa reta final não estarão apenas concluindo o ano, estarão inaugurando 2026 com vantagem, propósito e lembrança.

Porque, no fim, os números podem mudar, mas a experiência permanece. E é dela que o público se lembrará quando o ano virar.