Informação como parte do tratamento

1 de março de 2023 - 6h00

(Crédito: Reprodução)

Não, não estou me referindo no título à informação de saúde como conteúdo oferecido em sistemas de busca na internet e muito menos aos posts compartilhados em grupos de aplicativos de mensagem instantânea. Estou falando aqui de um conjunto de dados e de conhecimento organizado e comprovado sobre determinado assunto que se relacione ao bem-estar físico e mental das pessoas e que possam ajudá-las a tomarem melhores decisões sobre o que elas têm de mais valioso: a saúde.

Hoje, já temos mais do que claro os riscos de tomarmos atitudes nessa área baseadas em informações não comprovadas, vindas de meios sem credibilidade ou de pessoas com o claro intuito de manipulação em proveito próprio. Já passou da hora de retomarmos uma conversa franca, objetiva e eficiente sobre o que afeta a saúde das pessoas, as inovações nos tratamentos, as melhores práticas, os medicamentos e tecnologias disponíveis além de, ou principalmente, o que cada um pode fazer para que passemos a falar de jornada de saúde e não de jornada de doença, como acontece atualmente.

Para isso, a comunicação ainda é a melhor ferramenta, seja ela por meio de órgãos públicos, das associações representativas do assunto, da imprensa, da publicidade e até por parte de empresas e marcas que não estão diretamente ligadas à área. Todos podem contribuir para a democratização de um tema tão caro a todos nós. Se um banco se diz preocupado com a saúde financeira dos seus correntistas, por que não promover também mais diálogos sobre o bem-estar físico e mental deles? Se o mercado automotivo diz ter prioridade com segurança dos automóveis que fabrica, por que não estender isso às questões de segurança de acesso às instituições médicas? Se as adtechs, martechs e todas as techs do mercado de inovação fazem questão de mostrar como suas tecnologias ajudam a tornar virais as campanhas de seus clientes, por que não aproveitar essa similaridade para falar sobre a importância das vacinas e da vacinação em massa?

A propagação dessas ideias precisa fazer parte da rotina das pessoas e para isso a publicidade tem o seu papel mais do que importante. Como comunicação de massa, ela pode contribuir para levar informação de qualidade assinada por marcas ou instituições de saúde, aumentando o entendimento coletivo sobre determinados assuntos, dificultando a disseminação de fake news, mobilizando ações preventivas ou ajudando na contenção de problemas.

Publicidade, imprensa, relações públicas e todos os demais segmentos da comunicação precisam estar cientes das suas responsabilidades quando lidam com informação de saúde. Somente o conhecimento checado, apurado, muitas vezes embalado em uma mensagem mais impactante e atrativa, como a da publicidade, pode dar mais consciência às pessoas sobre o tema e ajudar a se falar de saúde como um todo, entendendo que a informação é parte indispensável de qualquer tratamento, mas principalmente da prevenção.