Quem é o consumidor do futuro?
Além da tradicional corrida entre empresas e marcas para participar das mudanças do consumidor, deverão se destacar aquelas que consigam fazer da competição cooperação
Além da tradicional corrida entre empresas e marcas para participar das mudanças do consumidor, deverão se destacar aquelas que consigam fazer da competição cooperação
Pensar o mundo, as lojas e as tecnologias do futuro pressupõem também refletir como serão as pessoas do futuro. O que motivará as próximas gerações, qual será o desejo de consumo ou quais produtos terão relevância na rotina são algumas das questões que podem nos ajudar a construir um esboço desse consumidor do amanhã.
Sabemos que será um consumidor que preza pela sustentabilidade na hora de tomar decisões de compra, fidelizado pela experiência e que, principalmente, será cada vez mais cross-plataforma. E quem nos diz isso são os números.
Algumas pesquisas já apontam tendências referentes ao comportamento do consumidor. Um levantamento global da PwC realizado em 2021 revela que metade dos entrevistados considera fatores ligados a ESG antes de tomar decisões de consumo. Números compilados pela Harris Poll também no último ano mostram que 49% dos participantes realizam pesquisas online sobre marcas e produtos após um contato com anúncios físicos, e mais de 70% usam as redes sociais enquanto assistem à TV.
Para além das telas, o consumo de podcasts também segue em rota crescente no Brasil. Entre 2019 e 2020, esse mercado ganhou mais de sete milhões de ouvintes, segundo pesquisa do Ibope. Todas essas mudanças significam que as oportunidades e formas de se comunicar com esse consumidor também estão em constante transformação.
Dos novos entrantes no mercado aos grandes e consolidados players, ninguém está salvo ou possui domínio de todos esses desafios. Um bom exemplo desta nova realidade é a transformação digital iniciada há quatro anos pela Rede Globo. A empresa vem apostando em uma AdTech (Advertising + Technology), na qual a emissora trabalha com o uso intensivo de tecnologias para a publicidade digital.
Entre os principais cases da Globo apresentados no fórum técnico da missão Varejo180 – oferecido pela GS Ciência do Consumo durante a NRF 2022 Retail’s Big Show, em Nova York – estão a Casa de Novela e o identificador de looks shoppable. As iniciativas oferecem aos consumidores a opção de adquirir produtos apresentados na programação da emissora via QR Code nos comerciais ou em peças de propaganda nas redes sociais.
As gigantes de tecnologia também miram a publicidade digital cross-media. Em dezembro, a Microsoft anunciou um acordo com a AT&T para aquisição do Xandr, divisão da empresa de telefonia norte-americana que atua na compra e venda de publicidade a partir de análise de dados dos consumidores. Em comunicado à imprensa, a Microsoft afirmou que a expectativa é colaborar na transação para moldar o mercado de anúncios digitais do futuro.
A velocidade em que a geração Z migra entre plataformas e se engaja nas redes deve ser a mesma em relação às disrupções que já estão em andamento, em que mídia, publicidade, varejo e consumo são assuntos em rota acelerada de fusão.
Muito além da tradicional corrida entre empresas e marcas para participar dessas mudanças, deverão se destacar aquelas que consigam fazer da competição cooperação, extraiam os dados e possam gerar o entendimento de comportamentos, gerar valor e cativar as próximas gerações.
**Crédito da imagem no topo: Shutterstock
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