Empreendedores: redes sociais ainda são desafio
Pesquisa da GoDaddy mostra que falta de tempo, dificuldade em criar conteúdo e busca por IA são alguns temas

Pesquisa da GoDaddy mostra relacionamento das pequenas empresas brasileiras com as redes sociais (Crédito: Krakenimages.com/Shutterstock)
Quase metade das pequenas empresas no Brasil já opera, principalmente, no ambiente online, por sites, marketplaces ou redes sociais para vender seus produtos e serviços.
É o que mostra a Pesquisa Global de Empreendedorismo 2025 da GoDaddy, que destaca a adoção crescente dos canais digitais como estratégia dos empreendedores para alcançar clientes, aumentar as vendas e se manterem competitivos no mercado atual.
Dessa forma, enquanto 28% das pequenas empresas ainda trabalham principalmente em local físico, quase um terço, 32%, opera nas redes sociais.
Ainda, outros 12% agora administram seus negócios, preferencialmente, por meio de seu próprio site.
Os canais de venda acompanham essa mudança: 26% vendem pessoalmente, 14% utilizam lojas online ou marketplaces e 43% comercializam diretamente pelas redes sociais.
Para Luiz D’Elboux, country manager da GoDaddy no Brasil, essa mudança rápida mostra o quanto os empreendedores brasileiros são ágeis para se adaptar aos novos hábitos de consumo e ao crescimento das ferramentas online acessíveis.
“As redes sociais oferecem visibilidade com baixo custo e contato direto com o cliente. São acessíveis, têm amplo alcance e concentram os consumidores, o que facilita a entrada no mercado. Também permitem fortalecer a marca e impulsionar vendas em um único ambiente”, destaca.
Redes sociais são ferramenta fundamental para empreendedores
Portanto, com papel central na operação e no crescimento das PMEs, 90% dos empreendedores brasileiros consideram as redes sociais importantes para sua estratégia de vendas e 70% afirmam que são muito importantes.
Para o executivo, o dado não surpreende: se as plataformas são fundamentais para as vendas, é natural que a maioria dos empreendedores também as utilize como fonte de aprendizado para gerir o próprio negócio.
“O brasileiro aprende na prática, observando, testando, trocando experiências e se inspirando em quem já está no mercado. As redes oferecem dicas em tempo real, exemplos e apoio da comunidade, por isso acabaram se tornando a ‘primeira sala de aula’ dos novos negócios.”
De fato, além de serem canal de divulgação e comercialização, também se tornaram a principal fonte de aprendizado sobre como tocar um negócio: 59% dos entrevistados dizem recorrer a essas plataformas em busca de insights, superando recursos educacionais tradicionais como livros e blogs (40%) e até ferramentas de inteligência artificial, como o ChatGPT (37%).
Para empreendedores, conteúdo, tempo e conversão são os principais gargalos
Apesar da importância das redes sociais no dia a dia dos empreendedores, os desafios são expressivos.
Assim, segundo a pesquisa, 38% relatam dificuldade para ter ideias interessantes de conteúdo, enquanto 31% dizem não ter tempo suficiente para postar com regularidade.
“Quase quatro em cada dez empreendedores dizem que têm dificuldade em manter ideias novas e interessantes, o que faz com que os perfis fiquem inativos ou pareçam improvisados. Outros 31% simplesmente não têm tempo para postar com frequência, e isso compromete o engajamento”, comenta D’Elboux.
Mesmo quando o conteúdo é publicado, contudo, o engajamento nem sempre se converte em vendas.
Para 59% dos entrevistados, transformar seguidores em clientes ainda é uma barreira.
Além disso, 65% dos empreendedores dizem ter dificuldade em alcançar o público certo, o que mostra que não basta apenas estar presente nas redes: é preciso ter estratégia e consistência.
O porta-voz explica que ter uma audiência é diferente de construir um relacionamento: a conversão depende de confiança, clareza na oferta e uma jornada de compra simples.
E completa: “Muitos perfis acumulam seguidores, mas não conseguem gerar vendas justamente por não oferecerem um caminho claro para o cliente agir”.
IA como aliada
Diante desses desafios, cresce o interesse por soluções, como a inteligência artificial.
Dois terços (67%) dos empreendedores afirmam que precisam de maneiras mais eficazes de atingir seu público-alvo, enquanto 45% gostariam de ferramentas mais simples para criar e programar conteúdo.
“A IA tem um papel transformador. Funciona como uma assistente confiável, automatizando tarefas, oferecendo sugestões e gerando conteúdo rapidamente. Ela ajuda a otimizar o tempo, reduzir erros e tomar decisões mais embasadas, tudo com uma linguagem simples e acessível”, explica D’Elboux.
E pontua que a tecnologia permite que empreendedores mantenham presença digital ativa mesmo sem equipe dedicada à comunicação.
A pesquisa revela, ainda, que, entre os que utilizam IA, 40% querem obter insights mais profundos sobre o que funciona, percentual maior que entre os que não usam (25%).
Já o interesse por sugestões de textos e anúncios é similar entre os dois grupos, mostrando que a demanda por ferramentas práticas é generalizada.
Para o futuro
D’Elboux acredita, portanto, que a personalização em escala, viabilizada pela IA, será uma das principais tendências dos próximos anos.
Ainda, segundo o executivo, não se trata de escolher um único canal, mas de estruturar presença digital consistente e integrada.
“O ideal é pensar na presença online de forma multidimensional: garantir um domínio memorável, construir um site como base permanente e replicar o mesmo nome, identidade visual e informações dos produtos nas redes sociais e marketplaces. Com uma identidade consistente, o negócio se torna mais fácil de ser encontrado e mais preparado para crescer”, finaliza.