Menos dinheiro e mais cobrança: os desafios das martechs em 2023

Taís Farias
13 de fevereiro de 2023 - 6h03

Os últimos meses têm sido desafiadores para as startups e grandes empresas de tecnologia. Com o início de novo ciclo econômico, que traz menos capital disponível e menor aptidão ao risco, as companhias estão sendo pressionadas a apresentarem resultados sustentáveis e enxugar as suas operações. O resultado desse movimento estampa os jornais e portais de notícias: uma série de layoffs, demissões em massa, que se repetem a cada semana.

Martechs também serão afetadas pelas mudanças econômicas (Crédito: Shutterstock)

Em cenário como esse, como ficam as martechs? Também serão prejudicadas? Para os analistas, assim como todo o ecossistema de tecnologia, as martechs sentirão o impacto das mudanças no cenário econômico. Vitor Peçanha, cofundador da Rock Content, aponta que, durante a pandemia, houve crescimento exagerado do setor de tecnologia. A conta para essas empresas chega agora.

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“Isso exigirá grandes adaptações por parte das martechs, tanto por pressão interna para aumento de eficiência operacional quanto externa devido à maior dificuldade de se atrair novos clientes”, aponta Peçanha.

Mas o cenário também traz contrapartidas para as companhias que mesclam marketing e tecnologia. Como aponta Bazinho Ferraz, CEO, fundador e sócio da B&Partners.co: “Por outro lado, a transformação digital motivou o aumento da busca por tecnologias capazes de mensurar e tornar mais seguros os investimentos feitos em comunicação”.

Com menos dinheiro circulando, a aposta é que 2023 seja ano de consolidação. Se nos anos anteriores o setor foi dominado pela onda de novidades, como blockchain, tokens não fungíveis (NFTs), Web3, metaverso e inteligência artificial (IA), agora, as tendências que se provarem úteis e sustentáveis é que devem pavimentar a próxima geração de empresas do setor.

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Outro fator que deve ser destacado é a capacidade de otimização e integração de diversas ferramentas. “Com essa tendência de buscar economias, martechs que conseguem solucionar múltiplos problemas possuem vantagem, uma vez que substituem vários fornecedores e, em geral, têm melhor integração de dados entre seus produtos”, descreve o cofundador da Rock Content.

As holdings continuarão comprando martechs?

Outro comportamento comum, nos últimos anos, foi o de holdings investindo na aquisição de martechs para trazer mais assertividade e automação para as suas estratégias. Para Ferraz, os investimentos de holdings no setor devem continuar. Porém, de maneira mais criteriosa. “Além disso, os olhares estarão voltados para martechs que apresentam capacidade de inovação, retorno e sustentabilidade em longo prazo. Ou seja, empresas que conseguem ser mais resilientes”, opina.

O cofundador da Rock Content acrescenta: “Outro fenômeno que pode acelerar esse fenômeno é que muitas boas empresas estão passando por dificuldades, o que pode torná-las alvos de aquisição, uma vez que o valuation estará baixo. Essa é uma estratégia comum também no mundo de private equity”.

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