A IA nos levará ao limite do nosso potencial como seres humanos
As habilidades profissionais e o desenvolvimento humano também entram no pacote. Trata-se de uma oportunidade sem precedentes, desde que estejamos dispostos a abraçar a mudança
As habilidades profissionais e o desenvolvimento humano também entram no pacote. Trata-se de uma oportunidade sem precedentes, desde que estejamos dispostos a abraçar a mudança
13 de março de 2024 - 11h50
Antes do início da palestra de Ian Beachraft, CEO da Signal and Cipher, fomos lembrados de que aquela terça-feira seria o último dia de várias trilhas no SXSW 2024. Entre outras, seria o último dia da trilha de publicidade e experiência de marca, da trilha de design, da trilha de saúde e tecnologia médica, da trilha sobre local de trabalho. Seria o último dia para obter conteúdo sobre temas conectados ao meu cotidiano, com insights valiosos. Mas também seria o primeiro dia da trilha sobre mudanças climáticas, além de outra sobre transporte, entretanto, no dia seguinte já terei recolhido o meu acampamento para sair de Austin com a mente recarregada de ideias e conteúdo rico. Nos dias seguintes chega o momento de organizar os pensamentos e aprofundar conexões criadas com profissionais de diversas marcas, em um dos ambientes mais profícuos do nosso ecossistema onde somos expostos ao debate de ideias que precedem, ou reforçam, as transformações digitais.
A palestra “Billion dollar teams: o futuro de uma força de trabalho impulsionada por IA” foi tão boa, que decidi compartilhar com você um overview sobre o que foi dito por Beacraft.
Ele abordou o impacto da inteligência artificial (IA) na maneira como trabalhamos e nas operações das organizações de uma maneira lúcida e positiva. Beacraft destacou a rápida evolução da tecnologia e seu potencial para transformar radicalmente o mundo do trabalho. Estamos iniciando uma era onde a IA se torna cada vez mais central em nossas vidas, o que terá um profundo impacto no futuro das empresas e dos empregos.
A importância da IA foi apontada por ele como o Santo Graal das tecnologias e prevendo que em breve será tão onipresente quanto a tecnologia digital em suas diversas aplicações é hoje. Ressaltou que a rápida evolução da IA está mudando a forma como fazemos negócios e que as empresas precisam se adaptar rapidamente para acompanhar essas mudanças. Nesse sentido, Beacraft mencionou a Lei dos Retornos Acelerados, que sugere que os avanços tecnológicos estão ocorrendo em um ritmo exponencial, enquanto as organizações e as pessoas progridem de forma logarítmica – que é como correr atrás do avanço. Isso cria um gap entre o progresso tecnológico e o progresso humano, gerando desequilíbrio e desafios para as empresas.
Por isso, a IA, segundo Beacraft, não é apenas uma vantagem competitiva, mas sim uma nova maneira de fazer negócios que exige transformação completa das operações das empresas. Beacraft apresentou o conceito de “generalista criativo”, uma pessoa que possui habilidades em várias áreas e é capaz de se adaptar facilmente a diferentes situações. Defendeu que a IA permite que as pessoas se tornem generalistas criativos, abstraindo o trabalho e o esforço necessários para adquirir proficiência em várias habilidades. É o empoderamento que tanto tenho abordado ao longo dos anos, oferecido pelo uso da IA nas mais diferentes situações.
Ele defende ser fundamental que as organizações reconheçam o valor dos generalistas criativos e mudem suas estruturas para acomodar esse novo tipo de trabalhador. Beacraft sugeriu que os departamentos tradicionais estão se tornando obsoletos e que as empresas precisam adotar uma abordagem mais flexível e centrada nas pessoas. Destacou ainda que a IA está criando um novo mercado de trabalho onde cada pessoa é vista como um recurso crítico, mudando fundamentalmente a forma como as empresas valorizam e empregam as pessoas, criando novas oportunidades para todos alcançarem seu verdadeiro potencial.
Ele destacou como a IA tem sido aplicada para codificar conhecimento e habilidades, permitindo que as organizações ampliem sua eficácia e escalabilidade. Isso inclui a capacidade de treinar modelos de IA em grandes volumes de dados, como documentos corporativos, para extrair insights e fornecer suporte em várias áreas, desde a análise de documentos até a geração de conteúdo. Este ponto específico fala diretamente ao meu cotidiano, onde trabalhamos com esse processo no universo dos dados criativos nas campanhas digitais.
Outro ponto abordado foi a mudança de paradigma na colaboração e na tomada de decisões, onde a IA pode atuar como um assistente em várias interações, facilitando desde reuniões até a análise de dados e a geração de ideias. Destacou como a IA pode ser usada para impulsionar a inovação em diferentes setores, capacitando as organizações a explorar novas ideias e modelos de negócios.
Beacraft concluiu afirmando que a IA oferece uma oportunidade única de criar um mundo onde todos têm a oportunidade de explorar seu potencial máximo. Embora haja desafios e resistência, a oportunidade de mudar a forma como trabalhamos e vivemos é imensa e vale a pena perseguir. Enfatizou a importância da IA na transformação do mundo do trabalho e a necessidade de as empresas e os trabalhadores se adaptarem a essa nova realidade, oferecendo oportunidades sem precedentes para criar um mundo onde todos podem alcançar seu verdadeiro potencial, desde que estejam dispostos a abraçar a mudança.
Compartilhe
Veja também
SXSW confirma Arvind Krishna, CEO da IBM, como primeiro keynote
Além do executivo da big tech, festival confirma nomes já veteranos da programação, como Amy Gallo e Rohit Bhargva
SXSW 2025 anuncia mais de 450 sessões
Pertencimento e conexão humana estão entre os principais temas da programação do evento, que conta com 23 trilhas de conteúdo