Desvendando e entendendo o futuro do conteúdo e plataformas sociais
Inteligência artificial, redes sociais descentralizadas e o impacto do marketing digital marcam o início da semana em Austin
Inteligência artificial, redes sociais descentralizadas e o impacto do marketing digital marcam o início da semana em Austin
11 de março de 2025 - 11h20
A semana no SXSW 2025 começou com foco total em conteúdo e entretenimento, trazendo insights valiosos sobre visões, metodologias de trabalho e a interconexão dos diferentes tipos de conteúdo. A discussão central girou em torno de como um conteúdo bem planejado e relevante pode impactar diretamente os resultados de marcas e empresas, gerando mais interação e engajamento.
A primeira grande discussão do dia abordou o que faz uma marca ser verdadeiramente social. Mais do que apenas entender o público, é essencial criar conteúdos que tornem a marca memorável e, consequentemente, consumida. Sewa Adekoya, da Crispin, e Sarah Zurell, CMO da Chinese Laundry, trouxeram perspectivas essenciais sobre o tema. Entre os principais insights, destacou-se a relevância das marcas sociais, exemplificada pelo retorno da Gap através do engajamento com dança online, ilustrando como a linguagem social pode reposicionar uma marca. Outro ponto crucial foi o marketing de influenciadores, com o case da Chinese Laundry e Taylor Swift demonstrando a importância de escolher o influenciador certo para superar desafios e impulsionar vendas. Autenticidade e cultura também foram amplamente discutidas, ressaltando a necessidade de adaptação ao vocabulário social e cultural sem perder identidade. O tom e a voz da marca foram exemplificados pela campanha de memes de uma série de TV que conquistou grande engajamento ao alinhar-se ao tom do público. Além disso, marcas precisam compreender os códigos culturais e gêneros de sua audiência para se manterem relevantes nas redes sociais.
Outro destaque do dia foi a palestra especial de Jay Graber, CEO do BlueSky, que apresentou as diferenças da plataforma e como ela se tornou um fenômeno global. A proposta de uma rede social aberta, customizável e descentralizada gerou um intenso debate sobre os desafios e oportunidades desse modelo. A independência do BlueSky foi enfatizada, destacando que, apesar de ter surgido dentro do Twitter, agora é uma organização independente focada em protocolos abertos. A moderação de conteúdo foi um dos pontos mais debatidos, com um sistema de múltiplas camadas que permite aos usuários escolherem filtros e políticas personalizadas. A personalização e o controle do usuário são diferenciais da plataforma, oferecendo feeds customizados e a possibilidade de auto-hospedagem. Quanto ao modelo de negócios, o BlueSky aposta em assinaturas e serviços para desenvolvedores, fugindo da publicidade invasiva. Por fim, sua visão de longo prazo reforça a descentralização como forma de evitar que a plataforma seja controlada por bilionários, permitindo que usuários migrem sem perder seus dados.
O dia se encerrou com uma discussão profunda sobre como a inteligência artificial pode impulsionar a criatividade. Don Allen e John Scott, especialistas em tecnologia e educação, apresentaram abordagens inovadoras para o uso da IA na solução criativa de problemas. O pensamento lateral foi um dos conceitos abordados, destacando como a IA pode ampliar possibilidades criativas ao forçar profissionais a repensarem problemas sob diferentes perspectivas. A técnica conhecida como “Daisy-chaining of AI”, que combina diferentes ferramentas de inteligência artificial para gerar soluções inesperadas e inovadoras, também chamou a atenção. A “Metáfora do Lápis Roxo Mágico” foi usada para ilustrar como a IA pode ser um instrumento poderoso na criação de novas ideias, remetendo ao livro infantil “Harold and the Purple Crayon”. A transparência dos algoritmos foi outro tema relevante, ressaltando como modelos personalizáveis podem melhorar a experiência dos usuários e tornar a IA uma aliada na criação de conteúdo.
O início da semana no SXSW 2025 deixou claro que o futuro do conteúdo está na intersecção entre autenticidade, tecnologia e engajamento social. Marcas, plataformas e criadores que souberem navegar esse cenário estarão à frente na próxima era da comunicação digital. Ressaltar que o conteúdo precisa auxiliar a construir marca, pois se pensarmos somente no conteúdo como via de performance e conversão, as marcas terão grande problema de posicionamento e quedas de resultados em médio prazo.
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